Não destruam o SAEB

Não destruam o SAEB

“Melhorem, mas não destruam”, diz membro da OCDE sobre o Saeb

OCDE elaborou relatório com sete recomendações para aperfeiçoar avaliações educacionais brasileiras

Avaliações como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que costumam dar um raio-x da educação brasileira, precisam de atualização. Um dos motivos é a implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do novo ensino médio, que obrigam as escolas a focarem nas habilidades e competências dos alunos, não ficando mais presas apenas ao conteúdo.

Saeb

Schleicher, diretor da divisão de educação da OCDE (foto re:publica)

 

Um dos fundadores do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) e membro da OCDE, Andreas Schleicher, disse: “melhorem, mas não destruam [o Saeb]”, uma vez que para ele é um dos sistemas de avaliação mais desenvolvidos do mundo. “Monitora rendimento do aprendizado; medições padronizadas constantes e de confiança; gera criação de políticas públicas. É a espinha dorsal do Brasil”, defendeu Schleicher durante evento online realizado hoje, 15, pela Fundação Lemann, Instituto Natura e Estadão.

Leia: Um dos criadores do Pisa analisa o investimento público em educação no Brasil

A saber, o Saeb deste ano quase foi cancelado por conta da pandemia, tanto que o Ministério da Educação (MEC) chegou a anunciar que possivelmente ficaria para o ano que vem. Após inúmeras críticas, o Inep, responsável pelo Saeb e vinculado ao MEC, anunciou em 6 de julho que a avaliação será realizada de 8 de novembro a 10 de dezembro.

Perspectivas

Convidada pela Fundação Lemann a analisar as avaliações brasileiras, a OCDE elaborou um relatório com sete recomendações que dialogam com as atuais reformas da educação brasileira. Passar a utilizar o Saeb como uma maneira de enxergar as defasagens de aprendizagem, pautando assim na formação de professores e se desprender de rankings foi um dos pontos alertados durante o evento online por Caitlyn Guthrie, analista de políticas educacionais da OCDE e pela presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE) brasileiro, Maria Helena Guimarães de Castro.

Maria Helena, que já foi presidente do Inep, defendeu ainda: “é importante termos corpo técnico que não dependa da mudança administrativa de governos. Para ser política de Estado é importante ter estrutura de governança que não dependa da mudança de gestão do Inep e governo”.

As orientações são passíveis de implantação, segundo George Bethell, consultor técnico da OCDE, que disse: “Inep tem estruturara e recursos”.

Orientações da OCDE

  1. Esclarecer os processos de liderança e tomada de decisão para gerenciar as reformas do Saeb;

  2. Definir e comunicar os objetivos principais do futuro sistema de avaliação nacional;

  3. Alinhar a avaliação nacional à nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC);

  4. Refletir sobre como o Saeb pode melhor apoiar as funções de prestação de contas do sistema e da escola;

  5. Maximizar o potencial formativo do Saeb para melhorar o ensino e a aprendizagem;

  6. Gerenciar a transição do Brasil para avaliações computadorizadas;

  7. Distinguir o papel do Saeb do papel do(s) exame(s) nacional(is) do ensino médio.

Para ter acesso ao relatório completo, clique aqui.




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