Ninguém solta a mão
Ninguém solta a mão das funcionárias de escola
Sempre que alguém disser que esta greve histórica, a mais forte do século XXI, é um movimento dos professores, peça licença para corrigir.
Esta é uma greve de todos os educadores(as), protagonizada, em igual medida, por funcionários e funcionárias de escola: merendeiras, serventes, secretárias e todas aquelas trabalhadoras sem as quais a educação pública jamais existiria.
É um dever de todos nós: Sindicato, mídia, professores(as), estudantes e os segmentos sociais que apoiam o movimento, combater a invisibilidade destas profissionais essenciais para o processo de ensino-aprendizagem.
Ao governo, interessa o esquecimento. Assim, Leite pode propor alterações – mesmo que fictícias – para contemplar apenas os professores(as). Enquanto isso, corta ainda mais fundo na carne dos funcionários(as), que estão entre as categorias mais empobrecidas do Estado.
Embora o pacote não altere o Plano de Carreira dos Funcionários de Escola – uma conquista da mobilização dos trabalhadores(as) junto ao CPERS, que data de 2001 -, a categoria é duramente afetada pelas mudanças previdenciárias e no Estatuto dos Servidores, a Lei 10.098.
Se as propostas passarem, funcionários(as) e demais servidores(as) públicos perderão vantagens temporais (triênios e quinquênios) e a incorporação de gratificações, sofrerão com a redução do abono permanência e do difícil acesso, contribuirão mais para a aposentadoria e se aposentarão mais tarde, com benefícios menores.
Terão, ainda, os contracheques congelados por tempo indeterminado, sem qualquer previsão de reajuste. Assim como os professores(as), perdem também o direito ao abono de falta para participarem de atividades sindicais.
É por isso que lutamos, todos, para derrubar o conjunto das medidas, assegurar a retirada do pacote e a abertura de uma mesa de negociação real, capaz de valorizar todos que trabalham no chão da escola.
Nos dias 17, 18 e 19, estaremos todos de mãos dadas: funcionários(as) e professores(as), contratados e efetivos, na ativa ou aposentados. Ninguém solta a mão da educação!