No caminho da tutorização

No caminho da tutorização

ESTAMOS NO CAMINHO DA "TUTORIZAÇÃO" DOS PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL?

Estamos passando por um processo de destruição do mundo trabalho, que não é de hoje, mas vem se acentuando. O Uber, o Ifood, o MEI, são expressão disso, do trabalhador sem direitos. Agora esse processo vem chegando com força na educação no Rio Grande do Sul. A pandemia e o discurso em torno das novas tecnologias aparecem para legitimar todo esse processo de precarização do trabalho dos educadores.

Tenho total acordo com a inserção dessas novas tecnologias no ambiente escolar, mas não dessa maneira. Professores sem notebook, celular e internet estável em casa são obrigados pelo governo estadual a aprenderem "a fórceps", sem nenhum tipo de treinamento e orientação da mantenedora, a fazer uso delas.

Entendo que estamos diante de um processo de TUTORIZAÇÃO dos educadores, pois, como Luciano Huck apontou hoje na live do governo, no momento em que todo o conteúdo é colocado em uma plataforma, abre o caminho para transformar o professor apenas em um mediador. Isso significaria o fim da escola pública, fechamento de milhares de locais de trabalho e a demissão em massa de professores e funcionários de escola em um futuro bem próximo.

Tudo isso vem de encontro com a recente fala do governador, onde ele defendeu a redução dos salários dos servidores públicos em até 30%. Oras, para quem não paga aluguel e nem alimentação, como é o caso de Leite e sua confortável estadia no Piratini com nosso dinheiro, é bem fácil defender tal medida.

Sei que ninguém gosta de "textão", mas expresso aqui a minha angústia e digo a vocês que o momento histórico nós exige uma reação forte. Sei que enfrentamos lutas recentes que foram bem doloridas, mas se não estivermos prontos para esses próximos enfrentamentos veremos a educação pública virar uma mercadoria e o fim do ensino como instrumento de emancipação do ser humano e uma espécie de "fordilização" dos estudantes e "uberização" dos educadores.

Prof. Diego Pacheco

Representante 1/1000 do 14° Núcleo do CPERS/Sindicato e professor de História na Escola Olindo Flores e no Instituto Pedro Schneider em São Leopoldo

 

fonte- facebook

 




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