Nota de repúdio da UnB
UnB emite nota de repúdio contra cortes de R$ 655,4 milhões em pesquisas
O texto, aprovado pelo Conselho Universitário (Consuni), destaca que a pandemia da covid-19 mostrou a importância das pesquisas desenvolvidas pelas federais
A Universidade de Brasília (UnB) emitiu, sexta-feira (15/10), nota de repúdio contra os cortes realizados pelo governo federal na pesquisa brasileira. O comunicado ocorreu após a reunião do Conselho Universitário (Consuni), da UnB. O texto destaca que “a pandemia da covid-19 mostrou a importância das contribuições das universidades públicas brasileiras”.
O posicionamento da universidade ocorre após o governo federal anunciar um corte de R$655,4 milhões de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, também se manifestou contrário a redução e disse que decisão é uma “falta de consideração”.
A universidade criticou os sucessivos cortes destinados ao Ministério da Educação e ao MCTI, assim como o desmantelamento das agências de fomento, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A nota da UnB defende que “as políticas governamentais de retiradas maciças de recursos financeiros afetam dramaticamente a infraestrutura de pesquisa, formada por laboratórios e espaços de realização de experimentos científicos em todas as áreas do conhecimento, e a formação de pessoas em níveis de graduação e pós-graduação, fundamentais para o desenvolvimento do país”.
A universidade também ressaltou que no Brasil, o processo de inovação é feito pelas universidades públicas. “A UnB, em conjunto com as demais universidades públicas brasileiras, a partir da sua base forte em pesquisa, vinha atuando de maneira consistente no contexto internacional, enquanto tínhamos políticas de apoios às atividades de pesquisa no país. É essencial compreender que não há inovação sem produção de conhecimento que, no Brasil, é feita pelas universidades públicas”, afirma.
A instituição finaliza que sempre defenderá “ciência brasileira”.