O mal menor

O mal menor

 

 

Durante os anos 1930, a Direita tradicional, os conservadores e boa parte dos religiosos, apoiaram os nazistas por achar que eles eram um "mal menor" diante da "ameaça comunista".

Antes da crise de 1929, os comunistas eram o alvo do ódio de Adolf Hitler. A obra de Hitler, "Mein Kampf", venderia 12 milhões de cópias com uma narrativa que colocava judeus e comunistas como os responsáveis pela tragédia da Alemanha.

A narrativa tinha como base as altas taxas de desemprego e o caos econômico que assolava a Alemanha de Weimar, inaugurada após a dissolução do império, quando Guilherme II abdicou do trono, em 1918.

Em 1919, com o Tratado de Versalhes, os banqueiros das três grandes potências vencedoras (Inglaterra, França e EUA) tornaram-se credores da Dívida alemã, já que o país fora condenado a pagar as indenizações da guerra. Em 1924, quando "Minha luta" era redigido, com Hitler preso após uma tentativa fracassada de Golpe, a Alemanha empregava 50% de seu PIB em dívidas.

Após Hitler perder as eleições presidenciais de 1932 para Hindenburg, e contestar os resultados, ele acabou ocupando a Chancelaria, em um acordo com a Direita tradicional. Começaria aí o que alguns historiadores chamam de "ascensão do Demônio": prisão de comunistas, processos administrativos contra professores de História, detenção em massa de doentes crônicos e deficientes mentais e físicos. Em 1935, viria a obrigatoriedade de judeus se identificarem publicamente com uma estrela.

Esta semana, Trump editou decreto proibindo ou dificultando a entrada de obesos e pais de deficientes nos EUA. A proibição se soma à diversas nacionalidades que desde 20 de janeiro não são desejadas em solo estadunidense. Diante disto, a Direita do mundo inteiro silencia ou apoia Trump.

O prefeito de Florianópolis, por exemplo, gravou vídeo coibindo a chegada de imigrantes na rodoviária da cidade. No interior de São Paulo ou em cidades de SC, prefeitos montam milícias para expulsar mendigos ou dependentes químicos. Tudo isto tornou-se o ópio de extremistas.

E a Direita tradicional, aliada à Extrema Direita, vê o mundo desabar, pois para acabar com a ameaça comunista, qualquer esforço é válido.

Fabiano da Costa

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Em 1995, alunos do Colégio Militar de Porto Alegre, escolheram como personalidade a ser admirada pela turma de formandos, Adolf Hitler. Na mesma semana, diante de críticas de todos os lados, coube a um único deputado federal, a postura absurda de defender os alunos e incentiva-los a manter a homenagem: Jair Messias Bolsonaro.

No ano de 2014, na Câmara dos deputados, tratando da demarcação de terras indígenas, coube ao mesmo deputado elogiar o genocídio indígena. Bolsonaro afirmou que invejava a Cavalaria americana, que na expansão para o Oeste "foi competente e dizimou os seus índios".

Dez anos antes, em 2004, Bolsonaro enviou uma missiva a um grupo neonazista de São Paulo, onde dizia que o sentido do seu mandato era apoiar causas como as defendidas por eles. Foi naquele mesmo ano, 2004, que Jair Messias foi à cadeia visitar o capitão do BOPE, Adriano da Nóbrega, preso por repassar armas ao crime organizado, fazer segurança privada para bicheiros e ter executado um flanelinha, testemunha que denunciara o envolvimento de Nóbrega em 22 homicídios.

Se passariam 16 anos, até 2020, quando aquele mesmo deputado, agora já presidente, se depararia com uma pandemia, a COVID 19. Com o poder na mão, e em uma conjuntura onde chegamos a ter 4 mil mortos num só dia, Bolsonaro simplesmente negou as advertências da OMS, insistiu no ato de não usar máscaras, não adquiriu vacinas e contribuiu, fazendo aglomeração em carreatas e motociatas, para que parte dos 705 mil mortos no Brasil, tivessem a sua digital.

Toda esta obra, nos leva a lembrar de II a Corintios, no seu capítulo 5, versículo 10: será na frente de Cristo, ou seja, em comparação com os seus atos, descritos nos livros dos Evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João, que os atos de cada um de nós serão pesados.

Por onde andou, Bolsonaro semeou o ódio, a mentira, a corrupção, o preconceito. Não há somente um ato seu, de bom, que os seus apoiadores possam citar: porque não o conheçam e também porque não se interessem pelo bem.

Me desculpe, mas não há Bolsonarista ingênuo em pleno 2025. Se ainda o apoia, é porque é igual a ele. Hora de se assumir publicamente e apodrecer junto dele.

Fabiano da Costa

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