O Novo Ensino Médio
O “NOVO” ENSINO MÉDIO
A Portaria nº 521, de 13 de julho de 2021, que estabeleceu o cronograma nacional de implantação do “novo” Ensino médio, vem causando grande preocupação nas escolas, que percebem muitas dificuldades na sua implantação.
O “Novo” Ensino Médio no Brasil originou-se da Medida Provisória 746 do governo Temer, que resultou na Lei 13.415/2017. Até o governo Dilma, havia participação popular na construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Com sua saída, houve uma ruptura nessa participação. O documento destrói a trajetória de participação.
Quando um governo edita uma Medida Provisória, sem consultar educadores, pesquisadores, entidades e associações ligadas a educação, faz uma opção. Esta foi comprometida com o retrocesso, que condena que os jovens continuem em uma situação de não acesso ao Ensino Médio, última etapa da Educação Básica.
A reforma de 2017 veio logo após um golpe e afeta principalmente os jovens que precisam trabalhar para sobreviver, quando estabelece o tempo integral. A educação de turno integral precisaria ser estabelecida como política pública para o Ensino Fundamental e não para o Ensino Médio.
Veio ainda associada aos cortes dos investimentos para escolas de Educação Básica no Brasil.
Os defensores da Reforma alegam que o aluno terá a liberdade de escolher aquilo que quer estudar. Isto é uma falácia, pois metade das escolas que trabalharam com o plano piloto, ofereceram apenas um Itinerário Formativo.
Estabelece as Áreas de Conhecimento: Linguagem e suas tecnologias: Matemática e suas tecnologias; Ciências da Natureza e suas tecnologias e Ciências Humanas e Sociais e suas tecnologias.
Prevê ainda, os Itinerários Formativos, parte flexível do currículo, que em tese, seriam de escolha dos alunos. Só que, como já mencionamos, eles são muito limitados, pois não existem condições nas escolas, nem professores formados para atuarem nestes Itinerários. No caso, abre a possiblidade para os considerados “de notório saber”, o que desvalorizaria mais ainda a carreira docente.
O Grupo de Estudos sobre Políticas Públicas para o Ensino Médio (GEPPEM) da Faculdade de Educação da UFRGS, vem estudando o tema e tem inclusive publicações sobre o assunto.
O que nos resta neste momento é estudar os possíveis efeitos e a possibilidade de retardar sua implantação, até que haja a possibilidade dos maiores interessados serem ouvidos.
Marina Lima Leal, em 12 de setembro de 2021
20º Núcleo do CPERS/SINDICATO
copiado do facebook
Portaria nº 521, de 13 de julho de 2021
(Publicado em: 14/07/2021 | Edição: 131 | Seção: 1 | Página: 47)
Institui o Cronograma Nacional de Implementação do Novo Ensino Médio.
[...]
Art. 4º A implementação nos estabelecimentos de ensino que ofertam o ensino médio dos novos currículos, alinhados à BNCC e aos itinerários formativos, obedecerá ao seguinte cronograma:
I - No ano de 2020: elaboração dos referenciais curriculares dos estados e do Distrito Federal, contemplando a BNCC e os itinerários formativos;
II - No ano de 2021: aprovação e homologação dos referenciais curriculares pelos respectivos Conselhos de Educação e formações continuadas destinadas aos profissionais da educação;
III - No ano de 2022: implementação dos referenciais curriculares no 1º ano do ensino médio;
IV - No ano de 2023: implementação dos referenciais curriculares nos 1º e 2º anos do ensino médio;
V - No ano de 2024 - implementação dos referenciais curriculares em todos os anos do ensino médio; e
VI - Nos anos de 2022 a 2024 - monitoramento da implementação dos referenciais curriculares e da formação continuada aos profissionais da educação.
[...]
Art. 6º As matrizes do Saeb para a etapa deverão estar alinhadas ao Novo Ensino Médio até o ano de 2024, conforme o seguinte cronograma:
I - No ano de 2022: definição da estrutura das matrizes e preparação das versões preliminares;
II - No ano de 2022: validação pedagógica das matrizes;
III - No ano de 2022: elaboração do documento básico;
IV - No ano de 2023: elaboração dos itens;
V - No ano de 2023: montagem e aplicação dos pré-testes;
VI - No ano de 2024: análise dos resultados dos pré-testes e validação das matrizes; e
VII - No ano de 2024: publicação das novas matrizes de avaliação do Saeb.
[...]
*PAINEL: O NOVO ENSINO MÉDIO: UM ATAQUE À EDUCAÇÃO PÚBLICA
| DIA 16/09, 18h*
PARTICIPE ONLINE, acessando o LINK: https://meet.google.com/hdh-kmtn-uid
A educação Pública está sofrendo um dos maiores ataques. Em plena pandemia, além do governo colocar professores, funcionários de escola, estudantes e familiares no corredor da morte, obrigando o trabalho presencial, quer implementar o NOVO ENSINO MÉDIO - uma proposta de gabinete, sem nenhum debate com a comunidade escolar, uma proposta que aprofunda as desigualdades sociais, já que não garante todas as disciplinas para os filhos(as) da classe trabalhadora, dificultando seu desenvolvimento escolar e não implementa a mesma política para as escolas privadas.
Querem preparar os filhos(as) da classe trabalhadora para serem mão de obra barata.
*Esta proposta além de atacar a educação, coloca em risco o emprego dos educadores. Precisamos conhecer a proposta, nos munir de argumentos e lutar contra a sua implementação.*
*NOSSOS PAINELISTAS:*
Equipe Diretiva
Instituto Estadual Paulo Freire/Uruguaiana
Orides de Souza
Professor Estadual
Coordenador Pedagógico e Conselheiro 1/1000 do CPERS.
*Vamos juntos nos prepararmos para mais está batalha!*