O nunca mais

O nunca mais

O "nunca mais" deve ser de todos nós

Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, celebrado em 27 de janeiro, não deveria ser lembrado apenas por judeus que sentiram na alma o extermínio

26/01/2024   RODRIGO LOPES

 

 Guerra entre Israel e Hamas aumentou o antissemitismo no mundo em geral e
no Brasil em particular.   AFP / Divulgação

 

O 27 de janeiro, Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, não deveria ser lembrado apenas por judeus que sentiram na alma o extermínio. Deveria ser lembrado por cada ser humano.

A guerra entre Israel e Hamas, iniciada após o massacre perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro, aumentou o antissemitismo no mundo em geral e no Brasil em particular. São vários os casos de ataques a judeus: em Detroit, nos Estados Unidos, a presidente de uma congregação judaica foi encontrada morta a facadas do lado de fora de casa; em Berlim, na Alemanha, uma sinagoga na região central foi alvo de coquetéis molotov.

No Brasil, manifestações violentas contra judeus aumentaram quase 1.000% após o início da guerra, segundo dados da Confederação Israelita do Brasil (Conib). Mas, antes mesmo daquela tragédia, o fenômeno já vinha sendo captado por organizações judaicas.

Esses ataques congregam a extrema direita com viés fascista e a extrema esquerda e sua dificuldade em condenar o terrorismo do Hamas - e capacidade de proferir discursos antissemitas travestidos de linguagem anti-imperialista.

O antissemitismo hoje não se manifesta apenas em ações concretas, mas em declarações no ambiente sem lei das redes sociais, o que indica a necessidade de acordos com empresas de mídias sociais, em geral resistentes a restringir discursos de ódio, para banir expressões desse tipo de suas plataformas.

Além de coibir falas racistas, é preciso separar contextos: a guerra entre Israel e o Hamas é uma coisa, o antissemitismo, um fenômeno que sempre acompanhou a humanidade, é outra. É também perfeitamente possível criticar o governo de Israel e suas ações em Gaza sem ser antissemita. É, ainda, viável condenar o terrorismo do Hamas e defender o direito dos palestinos a seu Estado independente e soberano. Colocar tudo no mesmo amalgama cinzento dos discursos superficiais significa repetir o que faziam políticos da Alemanha nazista, que, à época, acusaram falsamente os judeus de serem os causadores de todos os problemas sociais, econômicos, políticos e culturais.

Em 2016, quando o dicionário de Oxford elegeu "pós-verdade" a palavra do ano, sabíamos que seríamos, como humanidade, desafiados a revisitar cada vez mais conceitos para que não sejam esquecidos. Ser antissemita é ser racista. É como ser anti-palestino, islamofóbico, anti-gay, contra negros, anti-humanidade.

Como o próprio dicionário explicou naquele ano, vivemos tempos em que fatos objetivos são menos influenciadores na formação da opinião pública do que os apelos à emoção ou à crença pessoal. A atual relativização geral e irrestrita de fatos lembra muito os anos 1920 do século passado: polarização, ressentimentos, ódios e culpabilização de minorias que levaram à solução final. Por isso, é tão necessário lembrar - mais do que para não esquecer. Mas para que não se repita. O "nunca mais" não deveria ser só dos judeus. Mas de todos nós.

FONTE:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/rodrigo-lopes/noticia/2024/01/o-nunca-mais-deve-ser-de-todos-nos-clrv60gkf001u015n08732tol.html

 

 

 

27 de Janeiro: Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

 

 

- Filme: NEGAÇÃO - O holocausto sob suspeita.

Este filme traz um questionamento: e se o holocausto não existisse. Pois é, mas como é baseado em fatos reais, esta afirmação (que no filme é a "negação") acabou sendo contestada com êxito no tribunal britânico, quando o escritor David Irving, que contesta a existência do holocausto ou sua determinação por parte de Hitler processa a professora universitária e historiadora Deborah Lipstadt, por calúnia e difamação quando esta o desqualifica em seu livro.

O filme me lembrou a discussão em torno da obra do escritor gaúcho Siegfried Ellwanger Castan, autor do livro "Holocausto: Judeu ou Alemão? Nos Bastidores da Mentira do Século", o qual foi acusado de racismo (assim como Irving no filme) e condenado pelo TJ do RS.

O filme nos remete ao palco do Holocausto quando o advogado de defesa da professora visita Auschwitz atrás de elementos que comprovassem o acontecimento histórico.

A estratégia de adotar o argumento de que a história foi distorcida por Irving para favorecer o seu argumento, acusando-o ainda de racista, acabou prevalecendo sobre a necessidade de contestar o revisionismo através da busca de elementos que comprovasse a existência do massacre de 6 milhões de judeus, a Solução Final.

Bom filme, ganhador do Bafta, e um excelente meio de trabalhar didaticamente este episódio trágico da história mundial, que pelo jeito, não foi completamente assimilado.

Não precisa de muita justificativa para ser aproveitado como veículo educacional, além de ser um ótimo drama de tribunal.

Embora judeus tenham sido a maioria, pessoas que tinham alguma deficiência mental ou física, e opositores do governo, foram as primeiras vítimas.

Além disso, grupos sociais que eram considerados “inferiores”, segundo o nazismo, como negros, homossexuais, Testemunhas de Jeová e ciganos, pereceram nos campos de concentração.

Seriam hoje os palestinos vítimas das mesmas atrocidades tendo judeus como algozes?

FONTE:

https://www.instagram.com/p/C2niUZWOPPN/...




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