O sonho da igualdade
Martin Luther King Jr., o sonho da igualdade
“Eu tenho um sonho de que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”
Martin Luther King Jr. (1929-1968) é um dos nomes mais importantes da luta negra nos Estados Unidos. Nascido em Atlanta, na Geórgia, King era filho e neto de pastores batistas que já atuavam na luta contra a segregação racial e apresentou, desde cedo, um alto grau de consciência da discriminação que os negros sofriam.
Líder religioso, Luther King Jr. foi um dos mais importantes articuladores e oradores do movimento pelos direitos civis. Esse engajamento e a forma de luta escolhida – a resistência pacífica, inspirada em Gandhi e Henry David Thoreau – deram uma força extraordinária às mobilizações por igualdade.
Em 1968, Martin Luther King Jr. foi assassinado em Memphis, no estado do Tennessee, depois de uma implacável campanha do governo dos Estados Unidos contra sua reputação, com o uso, inclusive, da divulgação de casos extraconjugais como arma de desmoralização. O assassino, James Earl Ray, fez uma longa viagem em busca de Luther King Jr., passando por Atlanta antes de chegar a Memphis. A família de Luther King Jr. acredita que houve uma conspiração e que James Earl Ray não atuou sozinho.
King Jr. não era marxista. Nem por isso deixou de ser um campeão da luta pela igualdade e um orador revolucionário. Com ele, o baralho publicado por Opera Mundi ganha mais uma carta.
O projeto Super-Revolucionários foi concebido por Haroldo Ceravolo Sereza e é ilustrado pelo artista plástico Fernando Carvall. Já foram publicadas cartas de Harvey Milk, Carlos Lamarca, Soong Ching-ling, Inês Etienne Romeu, Walter Benjamin, Emma Goldman, Florestan Fernandes, Pagu, Hugo Chávez, Rosa Parks, Vladimir Lênin, Clara Zetkin, Ernesto Che Guevara, Antonio Gramsci, Fidel Castro, Liudmila Pavlichenko, Luís Carlos Prestes, Frida Kahlo, Alexandra Kollontai, Bela Kun, Nelson Mandela, Mao Zedong, Simone de Beauvoir, Stálin, Marina Ginestà, Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Carlos Marighella, Rosa Luxemburgo e Franz Fanon.
Numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuem “notas” à atuação desses grandes nomes da luta por um mundo mais justo e solidário.
Em breve, um jogo inspirado no antigo Super-Trunfo será lançado junto com um livro com essas breves biografias, uma forma de homenagear e apresentar esses homens e mulheres que mudaram o mundo.
As avaliações são provisórias e estão sujeitas a modificação.
REBELDIA 8
Luther King Jr. estudou teologia na Universidade de Boston. Em 1954, já pastor batista, assumiu um posto na cidade de Montgomery, no Alabama. Já em 1955, mostrou definitivamente seu engajamento, quando Rosa Parks, uma trabalhadora negra e militante de base da NAACP (National Association for the Advancement of Colored People), recusou-se a dar lugar num ônibus a um homem branco. Luther King Jr. abraçou a causa e tornou-se o primeiro presidente da Montgomery Improvement Association, ponto de partida para uma rearticulação nacional da luta pelos direitos civis.
DISCIPLINA 7
Luther King Jr. não mediu esforços para transformar a luta no Alabama num estopim de um grande movimento nacional. Sua atuação incansável em comícios, cultos religiosos e associações foram centrais para que essa luta alcançasse inúmeras conquistas.
TEORIA 8
Como um pastor progressista, o conhecimento teológico de King Jr. foi mobilizado em favor da igualdade. Além disso, o líder negro pautou-se pelas ideias de resistência pacífica de Gandhi e pelo direito à desobediência civil de Henry David Thoreau.
POLÍTICA 9
King Jr. foi um campeão da articulação de diferentes organizações e movimentos negros norte-americanos. No verão de 1963, a marcha sobre Washington, organizada por ele, levou 250 mil pessoas à capital do país. É nesse momento que King Jr. produz uma das mais pelas páginas da oratória pela igualdade, com o discurso que ganhou, posteriormente, o nome de “Eu tenho um sonho” (“I have a dream”).
COMBATIVIDADE 9
A atuação de Martin Luther King Jr. jamais confundiu resistência pacífica com imobilismo. Por anos, ele foi perseguido pelo FBI e pela CIA, por supostas ligações com comunistas norte-americanos. Apesar da perseguição, Luther King Jr. jamais abriu mão de atuar ao lado Stanley David Levison, um advogado branco novaiorquino, principal razão da suspeita. Em 1967, um ano antes de ser assassinado, fez um duro discurso contra a Guerra do Vietnã.
INFLUÊNCIA 10
A atuação de Martin Luther King Jr. levou-o a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964. Sua pregação pacifista e sua admirável retórica ajudaram a consolidar fortes alianças no movimento negro, inclusive com grupos mais radicais. Seus discursos anti-imperialistas e suas críticas ao capitalismo abriram caminhos para o fortalecimento de diversas lutas sociais, além daquelas que ajudou a construir diretamente.