OMS sobre educação sexual

OMS sobre educação sexual

Veja o documento da OMS sobre educação sexual criticado por Bolsonaro

Presidente questionou se o país deve seguir as diretrizes da OMS para políticas educacionais. Publicação foi apagada das redes sociais

Tácio Lorrantacio.lorran@metropoles.com

30/04/2020 13:25,atualizado 30/04/2020 13:26

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) compartilhou uma mensagem dizendo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estaria incentivando a masturbação e a homossexualidade de crianças.

O texto foi publicado na noite dessa quarta-feira (29/04) em uma rede social. Após alguns minutos, o presidente voltou atrás e decidiu apagar.

Veja a publicação:

Bolsonaro diz que OMS incentiva masturbação para crianças

Reprodução/Redes sociais

Os pontos apresentados por Bolsonaro fazem parte, de fato, de um documento publicado pela OMS em outubro de 2010. Contudo, foram retirados de contexto pelo presidente.

Isso porque o documento é destinado a formuladores de políticas, autoridades educacionais e de saúde e especialistas. E não diz em nenhum momento que a criança deve se masturbar ou fazer relações homo afetivas, como induzido pelo presidente.

Leia a versão reduzida, apenas com as recomendações:

WHO Curriculum Matrix for C… by Tácio Lorran on Scribd

Além do escritório europeu da OMS, participou também da elaboração do guia o Centro Federal de Educação em Saúde (BZgA).

Acesse a seguir a íntegra do guia, intitulado “Normas para a educação em sexualidade na Europa”: versão em inglês, espanhol, francês e outros idiomas (não há em português).

Entenda o que diz

O documento da OMS orienta a introdução de uma educação sexual nos países europeus. Os padrões são baseados em uma interpretação positiva da sexualidade, que é considerada uma parte natural do desenvolvimento humano.

Temas como HIV/AIDS, gravidez indesejada e violência sexual estão incorporados ao longo da formação sexual da criança.

Portanto, com o ensino da educação sexual, o documento ajuda a evitar problemas de saúde e:

  • apoia crianças a tomar consciência dos seus próprios limites e a poder comunicá-los,

  • apoia crianças e jovens a fazer escolhas autodeterminadas e respeitosas e a comunicá-las, e

  • apoia crianças e jovens no desenvolvimento de atitudes respeitosas e tolerantes, que são um pré-requisito para uma sociedade justa e justa.

“Os tópicos tem por objetivo antecipar estágios de desenvolvimento para que as crianças estejam preparadas ao lidar com eles em diferentes níveis de entendimento”, diz o texto.

 

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