Pauta e ações para enfrentar 2026

Conselho Geral do CPERS encerra o ano com balanço das lutas e definição de ações para enfrentar 2026
Em um ano marcado por enormes desafios, ataques aos direitos do funcionalismo e intensa mobilização em todo o estado, o Conselho Geral do CPERS se reuniu nesta sexta-feira (12), na sede do Sindicato, em Porto Alegre, para a última reunião de 2025. O encontro consolidou um balanço das ações realizadas e definiu as estratégias de enfrentamento para o próximo ano, com foco na defesa da educação pública, dos direitos da categoria e da democracia.
Logo na abertura, a presidente do CPERS, Rosane Zan, destacou que 2025 foi “um ano muito duro, de muita luta e mobilização em todo o estado”, iniciado com os atos regionalizados da Frente dos Servidores Públicos e concluído com uma grande mobilização pela reposição salarial. Rosane também alertou para os impactos da política neoliberal imposta pelo governo Leite/Raquel/Gabriel, que busca dividir a categoria e fragilizar as organizações coletivas: “Eles não vieram para ficar. Eles passarão. Mas precisamos definir como vamos nos organizar para enfrentá-los no próximo período. Em 2026, precisamos desmascarar esse governo e denunciar todos os ataques aos nossos direitos.”
A presidente ressaltou ainda que o ano termina com mais um pacote de retrocessos enviado pelo governo Leite (PSD), retomando pautas já rechaçadas pela categoria em gestões anteriores. Entre elas, o PL 439, que abre caminho para a infiltração das organizações sociais no serviço público, sem diálogo com a sociedade e com a comunidade escolar. “A sociedade precisa entender a importância dos serviços públicos e da educação pública. Nossa luta é contra a privatização e a mercantilização da educação. Se não nos unirmos, eles poderão ficar. A nossa resposta será nas ruas e nas urnas, em todo o estado.” Rosane também chamou atenção para o cenário nacional e para a necessidade de unidade diante dos ataques à democracia no Congresso Nacional.
Um momento de grande emoção durante o Conselho foi o descerramento do quadro e a homenagem à ex-presidente Helenir Aguiar Schürer. A dirigente, que esteve à frente do CPERS entre 2014 e 2024, foi reconhecida por sua trajetória marcada por coragem, firmeza e compromisso inabalável com a defesa da educação pública e dos direitos da categoria. Sua liderança em uma das décadas mais difíceis para o magistério e para o serviço público deixou um legado que atravessará gerações e ocupa um lugar indispensável na história dos 80 anos do Sindicato.
Pautas aprovadas pelo Conselho: rumo a 2026 com luta e mobilização
Entre as principais deliberações aprovadas na reunião, destacam-se ações de mobilização massiva já para o início do próximo ano:
- Caravana Estadual (fevereiro e março): a Direção Central, junto aos Núcleos, realizará uma grande Caravana pelo estado em defesa da educação pública, pelo piso na carreira para professoras(es) e funcionárias(os) e para evidenciar as perdas acumuladas da categoria.
- Construção do 8 de março: o Sindicato organizará uma grande mobilização pelo Dia Internacional das Mulheres, reafirmando a luta pela vida, pelos direitos e pela participação das mulheres em todos os espaços.
Entre as demais propostas, o Conselho aprovou ainda ações de denúncia das terceirizações e da corrupção na educação, medidas de pressão sobre o governo Leite (PSD) para garantir condições de trabalho, valorização e financiamento adequado das escolas, além de iniciativas de proteção às trabalhadoras(es) e de qualificação do atendimento às(aos) estudantes.
Com o horizonte de um 2026 decisivo, marcado pela necessidade de barrar retrocessos e reconstruir direitos, o CPERS encerra o ano convocando toda a categoria à unidade e à luta: é nas ruas, nas escolas e nas urnas que vamos enfrentar o projeto neoliberal que ameaça a educação pública e o serviço público no Rio Grande do Sul. Avante, educadoras(es), de pé!
>> Confira, abaixo, o conjunto das propostas aprovadas:
1 – Denunciar o roubo na educação, conforme Operação Regenerare, que mostrou as fraudes nas licitações de terceirização, e diante disso exigimos o fim das terceirizações, realização de concurso público já e nomeação de funcionárias(os);
2 – Realizar Caravana, nos meses de fevereiro e março, da Direção Central e com os Núcleos que fazem parte da região, em defesa da educação pública, piso na carreira para professoras(es) e funcionárias(os), apontar as perdas totais da categoria:
a) Visitas às escolas da sede e dos municípios dos núcleos;
b) No final do dia, plenárias ou caminhadas com panfletagem no comércio local denunciando a destruição da educação pública causada pelo projeto Leite/Gabriel/Raquel e deputadas(os) da base aliada do governo;
3 – Realizar no dia 06/02/2026 o Conselho Geral de fevereiro;
4 – Participar do ato do dia 14/12/2025: Não vai ter golpe! Povo nas ruas, contra a Anistia e a Dosimetria! Em defesa da democracia, das mulheres e do Brasil;
5 – Construir um 8 de março potente, em defesa da vida das mulheres;
6 – Realizar o 12º Congresso Estadual do CPERS/Sindicato no final do mês de maio;
7 – Cobrar das CRES que as(os) monitoras(es) encaminhadas(os) às escolas para atender estudantes PCDs tenham a devida capacitação, habilidades e preparação para desempenhar adequadamente seu trabalho e garantir um atendimento qualificado;
8 – Pressionar o governo Leite (PSD) para que sejam corrigidos os valores do Repasse da Autonomia Financeira, congelados há mais de 05 anos;
9 – Criar “O Mapa da Desvalorização” interativo/visual no site do CPERS, que vincule cada deputada(o), seu voto e as cidades/regiões onde obtiveram maior votação;
10 – Pressionar o Governo do Estado, por meio das CREs e SEDUC, para que adiem o retorno presencial das atividades das(os) professoras(es) e funcionárias(os) de escola (previsto para o início de fevereiro), devido à exaustão física e mental.
Porto Alegre, 12 de dezembro de 2025.
Diretoria do CPERS/Sindicato.
FONTE:





