Pesquisa projeta apagão de professores

Pesquisa projeta apagão de professores

Pesquisa projeta apagão de professores no Estado

Estudo, divulgado ontem pelo Observatório Sesi da Educação, prevê um déficit próximo a 10 mil professores na Educação Básica gaúcha

Correio do Povo

 

A análise indica que o número de professores diminui quatro vezes mais do que o número de estudantes da Educação Básica

A análise indica que o número de professores diminui quatro vezes mais do que o número de estudantes da Educação Básica 


Estima-se que, em 2040, possa haver um déficit de, aproximadamente, 10 mil professores na Educação Básica do Rio Grande do Sul. A projeção é feita com base em pesquisa, divulgada ontem, em Porto Alegre, pelo Observatório Sesi da Educação, um centro de análise de dados educacionais do Instituto Sesi de Formação de Professores.

A análise dos aspectos indica que o número de professores diminui quatro vezes mais do que a redução do número de estudantes da Educação Básica. Para esse cálculo, o estudo considera que a média de alunos por professor nesta etapa de ensino é de 20 estudantes. E leva em conta o decréscimo projetado na população em idade escolar (de 4 a 18 anos) nos próximos 17 anos. Assim, o levantamento mostra que, em 2040, o Estado terá 83.783 docentes em atividade. Entretanto, o documento avalia que será necessário um total de 94.137 professores para atender à demanda de alunos, o que resulta em déficit de professorado.

Apenas no período de 2010 a 2021, foi verificada queda em cursos de licenciatura, relativa ao número de ingressantes (59,91%), matrículas (48,37%) e concluintes (59,25%). Mesmo que os números tenham impactos da pandemia de Covid-19, antes disso já se observava uma tendência de redução nos indicadores. Tal desinteresse pela profissão também impacta na oferta de vagas e, consequentemente, no número de ingressantes, principalmente na rede privada, com diminuição de 48,38% dos cursos nas áreas de licenciatura.

Entre os motivos para a redução de docentes, a análise cita falta de qualificação adequada, envelhecimento dos profissionais e baixa remuneração. Em 2022, em torno de 58,86% dos professores tinham 40 anos de idade ou mais; em 2018, esse número era de 53,98%. Já o quantitativo de professores entre 25 e 29 anos reduziu durante o mesmo período, saindo dos 9,15% (em 2018) para 8,39% (2022). E sobre a falta de qualificação, o documento revela que, no Ensino Fundamental do RS, existe inadequação de docentes atuando em diferentes áreas do conhecimento. Nesse sentido, a cada 100 professores que lecionam Geografia, por exemplo, 32 não possuem formação adequada para atuar na Educação Básica. 

No Ensino Médio gaúcho, a cada cinco professores de Sociologia, quatro não possuem formação adequada para lecionar. E na disciplina de Física, mais de a metade dos professores em sala de aula não têm licenciatura nessa área do conhecimento.

Sugestões

Para mudar o cenário, seriam importantes ações como:

  • Oferecer mais espaços de experimentação pedagógica. 
  • Formar docentes entre si, em renovação de práticas.
  • Qualificar professores sem adequada formação docente.
  • Focar na formação em serviço, fornecendo ambientes e meios para promover a colaboração entre os professores. 
  • Qualificar a matriz curricular voltada à formação inicial.
  • Criar programa de iniciação para novos professores. 
  • Promover a valorização da carreira do Magistério.
  • Consolidar planos de carreira docente, que levem em consideração a formação continuada e remuneração adequada.
  • Instaurar programa de orientação (práticas, habilidades....).
  • Realizar pesquisas sistemáticas com professores. 
  • Mais dados

 FONTE:
https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/ensino/pesquisa-projeta-apag%C3%A3o-de-professores-no-estado-1.1400457 




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