PIB do Brasil

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PIB do Brasil: base de comparação deprimida e avanço das commodities explicam ligeira alta

Economista-chefe do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), Juliane Furno, diz que dados do IBGE não são animadores

Por Tiago Pereira, da RBA

Publicado 02/06/2021 - Wenderson Araújo/CNA



Setor agroexportador se beneficiou da elevação dos preços das matérias primas no mercado internacional

São Paulo – Para a economista-chefe do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), Juliane Furno, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta terça-feira (1º) não apontam para uma retomada sustentada da economia brasileira. De acordo com o IBGE , o PIB brasileiro cresceu 1,2% no primeiro trimestre em relação ao último período de 2020. Na comparação com o início do ano passado, o avanço foi de 1%.

O primeiro fator, segundo ela, que esfria qualquer tentativa de celebração é a “base de comparação”. Com exceção do primeiro trimestre, a atividade econômica registrou forte retração ao longo de 2020, dados os efeitos da pandemia e as respostas insuficientes do governo federal.

Nesse sentido, qualquer tímido avanço aparece nas estatísticas de crescimento. Contudo, não repõe as perdas registradas no período anterior. “A economia ainda não se recuperou e opera abaixo do seu potencial”, ressaltou a economista, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual desta quarta-feira (2).

Além disso, Juliane registrou que boa parte do crescimento se deu em função das exportações de produtos primários, aproveitando-se a alta dos preços das commodities. Contudo, trata-se de um fenômeno conjuntural, devido à desorganização do comércio mundial causada pela pandemia. Os preços desses produtos também subiram em função da retomada econômica de países como China e Estados Unidos.

No entanto, esse avanço do agronegócio não contribui na mesma proporção para a criação de empregos. É um setor “intensivo em capital”, altamente mecanizado. Além disso, conta com uma série de isenções fiscais, o que faz com que o crescimento das vendas não se reflita em aumento na arrecadação.

Redação: Tiago Pereira




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