Pilar do fascismo brasileiro
'Falta de educação é um dos pilares do fascismo brasileiro', afirma ator Pedro Cardoso
Em entrevista ao Brasil de Fato, comediante relaciona stand up como combustível para crescimento do bolsonarismo.
Da Redação 20 de Setembro de 2023
Pedro Cardoso está com duas peças em cartaz em São Paulo - Reprodução Facebook
Para Pedro Cardoso “tudo tem limites”, até o humor. O ator enxerga a comédia brasileira como um dos combustíveis para o crescimento do autoritarismo no país.
“A própria Constituição contempla um pouco isso, que todo limite é limitado pelos outros direitos, todos os direitos são limitados pelos outros direitos, nenhum direito é absoluto. Eu acho que o humor tem limite, é difícil precisar em que momento o humor atravessou um limite ou em que momento o sensor do humor está atravessando o limite”, afirma Cardoso.
O artista está em cartaz com duas peças em São Paulo, Recém Nascido, em cartaz no teatro Clube Barbixas de Comédia, e À Sombra do Pai, no Teatro Morumbi Shopping. As duas obras.
“A falta de educação é um dos pilares do fascismo brasileiro, porque a falta de educação impede uma conversa consequente. Se eu te ofendo aqui, se eu te desrespeito, você faz uma pergunta, eu falo, "pega esse microfone e que se dane…", o objetivo da nossa conversa desaparece”, argumenta o ator.
Pedro Cardoso manifesta sua posição política tanto nos palcos como também nas redes sociais. Para ele, o movimento bolsonarista que cresceu no país nos últimos anos está relacionado ao que ele denomina de “fascismo brasileiro”.
Para o ator, um dos caminhos que esse pensamento encontrou para se expandir foi por meio da comédia, em especial o stand up.
“E quando essa comédia solitária apareceu [stand up], muitos desses comediantes tinham o mesmo comportamento do fascismo, e depois se revelou que muitos deles apoiaram Jair Messias Bolsonaro. Tem uma agressividade desrespeitosa que não é direito de ninguém.”
Taxa de juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) encerra nesta quarta-feira (20) sua sexta reunião do ano para definir o patamar da taxa básica de juros da economia nacional, a Selic. No quinto encontro, em agosto, o órgão reduziu a taxa de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano. Sinalizou, inclusive, que pretende fazer novos cortes de 0,5 ponto na Selic nesta e nas próximas reuniões.
Essa sinalização, no entanto, ocorreu antes do cenário da inflação do país mudar. De janeiro a junho, o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma desaceleração, abrindo espaço para uma política monetária mais flexível do BC. De julho em diante, o IPCA voltou a subir e, em agosto, já acumulava 4,61% nos últimos 12 meses – o que, em tese, poderia fazer o BC reduzir o ritmo da queda da Selic.
Lula na ONU
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso incisivo na abertura da 78ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (19), em Nova York (Estados Unidos). Ao falar à comunidade internacional, ele criticou o que chamou de "imobilismo" e "paralisia" de organizações como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e as próprias Nações Unidas, e disse que o surgimento do Brics veio na esteira desse cenário.
Lula destacou a recente ampliação do Brics, com a entrada de Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia, e afirma que esse movimento fortalece a luta por um cenário de maior pluralidade econômica, geográfica e política.
"Nas principais instâncias da governança global, negociações em que todos os países têm voz e voto perderam fôlego. Quando as instituições reproduzem as desigualdades, elas fazem parte do problema, e não da solução. No ano passado, o FMI disponibilizou 160 bilhões de dólares em direitos especiais de saque para países europeus, e apenas 34 bilhões para países africanos. A representação desigual e distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é inaceitável", prosseguiu.
Edição: Lucas Weber
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