Política de morte
Suspensão do IPE Saúde em hospitais de referência é política de morte
A suspensão dos atendimentos eletivos pelo IPE Saúde nos hospitais de referência é uma tragédia anunciada.
Antonio Augusto Medeiros (*)
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A suspensão dos atendimentos eletivos pelo IPE Saúde nos hospitais de referência a partir da próxima segunda-feira (6/5) é uma tragédia anunciada. O governo Eduardo Leite, que não tem capacidade sequer para gerir o sistema de saúde do funcionalismo, agora implementa uma política de morte dos servidores. Recebemos esta triste notícia às vésperas do Dia do Trabalhador (1º/5), reafirmando o total descaso do governador com os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público, que mantém de pé as políticas públicas. Antonio Augusto Medeiros (Foto: Carlos Macedo)
Como se não bastasse o cenário vivenciado pelo funcionalismo do Rio Grande do Sul, que está há quase dez anos com os salários defasados, somado ao confisco da remuneração dos aposentados, agora temos uma nova batalha a enfrentar. Não é mais possível tolerar uma situação como esta. Somente com a unidade dos trabalhadores do serviço público poderemos superar um governo tão desastroso. O desmonte do IPE, um sistema de saúde que já teve mais de 1 milhão de usuários, entre servidores e familiares dependentes, precisa urgentemente ser debatido por toda a sociedade.
Nos últimos anos, os sindicatos que de fato representam o funcionalismo vêm alertando exaustivamente sobre os riscos da precarização do IPE Saúde e agora chegamos neste ponto. Precisamos romper com essa lógica da naturalização desmedida da austeridade somente para um lado da moeda. Os aposentados, que ganham menos e são os que mais precisam do IPE Saúde, infelizmente serão profundamente afetados com a suspensão.
Enquanto o governo ataca os trabalhadores do setor público, quem deveria estar fazendo a luta dos servidores para a superação das desigualdades se coloca em uma posição de submissão, aceitando essa política de destruição e morte dos trabalhadores do serviço público, em especial os aposentados. Posam para foto dando aval para Eduardo Leite aumentar o ICMS, medida que afetará diretamente a economia e, em especial, os mais vulneráveis. O aumento da alíquota de 17% para 19% vai impactar na taxação de serviços básicos, como a alimentação.
Do outro lado, Eduardo Leite tenta chantagear servidores. Usa as reivindicações da categoria por reposição e reestruturação das carreiras para tentar justificar o aumento de impostos. Joga o preço de sua falta de política de desenvolvimento no bolso do povo. Ao invés de ficar com o pires na mão e apoiar uma política simplista como esta, um sindicato do serviço público que representa todas as categorias de nível superior deveria propor e cobrar do governo do Estado alternativas para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, nunca estar ao lado do carrasco.
(*) Servidor público, diretor executivo da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e secretário de Serviço Público da CTB-RS
Reblogado do SUL 21
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