Políticas públicas para a saúde mental
Em live, CPERS debate políticas públicas para a saúde mental dos educadores no RS
Em um cenário de desafios constantes e ataques à educação, orquestrados por Eduardo Leite (PSDB), o debate sobre políticas públicas para a saúde mental das educadoras torna-se crucial para o Rio Grande do Sul, sobretudo no mês que marca a campanha de prevenção ao suicídio, o Setembro Amarelo.
Nesta terça-feira (19), o CPERS abordou o tema e seu impacto na vida das professoras, professores e demais funcionárias e funcionários da educação, tanto da ativa quanto aposentadas(os), em transmissão ao vivo pelo Facebook e YouTube.
Em meio a um cenário de tensão e desgaste emocional, a diretora do departamento de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora do CPERS, Vera Lessês, destacou a importância de um olhar diferenciado por parte dos governantes, das autoridades educacionais e da mantenedora.
“No estado do Rio Grande do Sul, profissionais da educação têm enfrentado desafios significativos que afetam não apenas suas condições de trabalho, mas também sua saúde emocional. A falta de valorização salarial e o desrespeito têm gerado impactos profundos na categoria”, frisou.
Vera também pontuou que o IPE Saúde, atualmente, não cobre questões relacionadas à saúde psicológica e emocional. Essa lacuna tem deixado os trabalhadores(as) sem o suporte necessário para lidar com o estresse e as pressões da profissão, algo que se tornou ainda mais evidente durante a pandemia.
Por isso, o CPERS tem firmado parcerias com profissionais da saúde mental com a finalidade de diminuir este abismo.
Durante a live, o 1º vice-presidente do CPERS e diretor do departamento de Saúde da Trabalhadora e Trabalhador do Sindicato, Alex Saratt, saudou o dia 19 de setembro, que marca o aniversário de Paulo Freire, um nome fundamental na educação pedagógica e libertária.
“A contribuição de Paulo Freire para o mundo da educação não pode ser subestimada, pois ele trouxe um novo olhar sobre o ensino, colocando o ser humano no centro do debate”, asseverou.
Alex também ressaltou que é necessário registrar políticas de valorização do trabalho na área da educação. A sensação de não serem reconhecidos(as) pelo importante desempenho que realizam nas escolas afeta profundamente a autoestima e a motivação, resultando em uma categoria que se sente emocionalmente esgotada, além de salarialmente desvalorizada.
“É fundamental compreender que a valorização do trabalho educacional vai além do reconhecimento financeiro; envolve também o acesso a serviços de saúde de qualidade, como o IPE Saúde e o SUS.É imperativo que trabalhemos juntos para criar um ambiente de trabalho seguro e livre de situações de violência, onde os educadores possam desempenhar seu papel de forma plena e eficaz. Isso não apenas beneficia os profissionais da educação, mas também tem um impacto positivo direto na qualidade da educação que oferecemos aos nossos alunos”, frisou Alex.
A professora Francisca, diretora da Saúde das Trabalhadoras e Trabalhadores em Educação da CNTE, destacou que a questão da saúde, em todos os seus aspectos, deve ser prioridade, e isso inclui a saúde física e mental dos educadores e educadoras.
“É fundamental abordar a valorização profissional, que engloba diversos aspectos. A jornada de trabalho adequada, o desenvolvimento de carreira, o reconhecimento e o respeito são elementos essenciais para garantir o bem-estar dos profissionais da educação. É um desafio complexo que exige uma abordagem abrangente”, explicou Francisca.
A professora Francisca também explanou que, atualmente, o sistema capitalista enfrenta uma crise profunda em todo o mundo, agravada pela crise econômica e sanitária trazida pela Covid-19. Essa situação impactou profundamente a saúde mental da população brasileira, refletindo-se em números preocupantes de suicídios e agravando os problemas de saúde mental.
“Em alguns estados, o trabalho remoto não foi implementado adequadamente, enquanto em outros, a ‘plataformização’ do ensino cria desafios diários, com a constante mudança de ferramentas, que geram dificuldades de adaptação”, destacou.
Francisca também pontuou que muitas pessoas passaram a trabalhar mais do que o habitual, enfrentando uma pressão extremamente séria e uma sensação de vazio e tristeza profunda. Essa situação trouxe problemas sérios e danos sociais significativos.
A busca por ajuda profissional é fundamental para a cura
A psicanalista clínica, Caroline Morais, explicou que o Brasil enfrenta uma crescente crise de saúde mental que requer nossa atenção urgente.
“Porto Alegre é uma das cidades mais afetadas por esse cenário sombrio. Observamos um número alarmante de diagnósticos de depressão, especialmente entre jovens, crianças e adolescentes, que estão lutando contra essa doença cruel e, em alguns casos, tentando o suicídio. É importante destacar que os idosos e as mulheres também estão entre os grupos mais afetados”, pontuou Caroline.
Caroline também explicou que as causas desse aumento preocupante são variadas e complexas. Agressões psicológicas, sofrimento no trabalho, síndrome de burnout e horários exaustivos têm contribuído para a sobrecarga emocional que muitos trabalhadores(as) estão enfrentando.
“É essencial buscar ajuda profissional. Um médico psiquiatra e a terapia são recursos importantes para lidar com a depressão e outros problemas de saúde mental. A cura pela fala, o desabafo e a possibilidade de compartilhar seus sentimentos com alguém que possa ajudar são passos cruciais na jornada rumo à recuperação. Estou à disposição para ajudar”
Por fim, psicanalista clínica destacou que é fundamental que todos(as) estejam cientes de que existem recursos e ajuda disponíveis. O SAMU, os prontos-socorros e hospitais estão à disposição, assim como o Centro de Valorização da Vida, através do número 188, que oferece atendimento gratuito e emergencial para aqueles que estão à beira de cometer um ato desesperado e precisam desabafar com alguém a qualquer hora do dia.
Fique atento aos sinais ao seu redor. Se você ou alguém que você conhece está passando por um momento difícil, não hesite em procurar ajuda. O apoio está disponível, e a vida é preciosa demais para ser perdida. Você não está sozinho nessa jornada.
➡️ Para atendimentos presenciais aos sócios(as):
>> Consultório da Dra. Caroline Morais:
Travessa Leonardo Truda, nº 40, centro de Porto Alegre.
>> Caroline Morais (Atendimento online e presencial em Porto Alegre)
Telefone: (51) 991810000
Instagram: @psicanalista.carolinemorais
>> Confira a live completa no link abaixo: