Posição de Leite sobre reajuste
Cpers e Fessergs criticam posição de Leite sobre reajuste do piso nacional do magistério
Governador afirmou que previsão de aumento salarial de 31,3% levaria a novo parcelamento salarial
01/10/2021 GABRIEL JACOBSEN
A posição contrária do governador Eduardo Leite ao reajuste de 31,3% para o piso nacional dos professores gerou indignação entre os representantes da categoria e na federação que congrega outros grupos de servidores estaduais.
Para o Cpers, sindicato dos professores das escolas estaduais, a contrariedade do governo estadual com o aumento do salário dos professores representa prejuízos à educação.
— Fico triste que alguém que quer ser presidente veja como problema o investimento em educação. Pagar o piso é um investimento na educação. Todo o governo que quer o desenvolvimento tem que apostar no investimento em educação. Japão e Coreia são grandes potências graças ao investimento em educação — diz a presidente do Cpers, Helenir Schurer.
O sindicato calcula que as perdas salariais dos últimos sete anos são de 47,8%, acima do reajuste previsto para o piso nacional em 2022.
A Fessergs, federação que representa a maioria dos sindicatos de servidores estaduais, adotou tom ainda mais duro. Para o presidente da Fessergs, Sergio Arnoud, ao relacionar o reajuste dos professores com a volta do atraso nos salários de todo o funcionalismo, o governador estaria tentando jogar os servidores uns contra os outros.
— Evidentemente, o governador está tentando jogar uma categoria contra a outra. É justa e merecida a reposição dos professores. Como é para os demais servidores. Ele não vai conseguir jogar uma categoria contra a outra. Servidores de todos os setores estão sofrendo com este congelamento — apontou Arnoud.
De acordo com o Palácio Piratini, o aumento previsto de 31,3% no piso nacional do magistério teria peso de R$ 1,3 bilhão para as contas públicas estaduais. Em coletiva na manhã desta sexta-feira (1º), Leite disse que a confirmação desse índice de reajuste provocaria uma queda nos investimentos em 2022 e, nos anos seguintes, a retomada do parcelamento dos salários.