Povo na rua, fora Bolsonaro
Povo na rua, fora Bolsonaro
Bolsonaro hoje pediu que "donos de supermercados segurem os preços e lucrem menos". Hoje também Paulo Guedes, Ministro da Economia, disse que "sobra muita comida nos restaurantes da classe média alta. Então que façam marmitas com essas sobras para os miseráveis".
Sim. São essas pessoas que hoje tomam conta da economia brasileira. Economia esta que já foi a 6a maior do mundo, e hoje é somente a 18a. Economia esta que gera a maior desigualdade do Planeta Terra entre ricos e pobres. Economia que depois de erradicar a fome na década passada, colocou mais de 60 milhões abaixo da linha da miséria. E hoje, tem mais de 15 milhões de desempregados. Um país rico, cheio de pobres.
O quê mais me indigna não é a desfaçatez mais. Também nunca tive qualquer expectativa de que alguma coisa melhorasse na mão dessa gente. Mas me incomoda constatar que depois de 3 anos de Governo essa gente ainda não tenha aprendido nada sobre o quê é o Brasil. Não só pelo fato de não ter aprendido. Mas por não se importar por nada aprender, simplesmente porquê eles não ligam. E pra eles é isso. Simplesmente ignoram a existência de pobres no país, mesmo sendo o país constituído por 99% de pessoas pobres e classe média baixa.
Eu jurava que pela concepção torpe de Bolsonaro sobre o quê supostamente seja capitalismo e comunismo, pedir que empresários tenham menos lucro, na visão esquisita dele, seria "coisa de comunista". E não só isso. Despreza o verdadeiro fator para a incontrolável inflação de alimentos, gás de cozinha, energia elétrica e combustíveis.
O Governo Bolsonaro não tem por exemplo um estoque regulador de alimentos. Foi ele quem desregulamentou a maioria das medidas que protegiam o mercado interno de um desabastecimento, e protegia também o próprio produtor rural familiar, que era quem de fato alimentava o país. Foi o Governo dele que gerou uma insegurança alimentar no país que não existia.
Foi o Governo dele e foi seu Ministro da Economia que disseram que "o Dólar alto era ruim porquê gerava uma farra de empregadas domésticas na Disney". Foi ele que disse que "o Dólar só chega a 5 Reais se o Governo fizesse muita merda". Tem mais de um ano que o Dólar está mais de R$5,00.
Essa gente desconhece o Brasil real. Tá cagando e andando para a realidade do brasileiro, trabalhador, desempregado, de periferia.
Não trabalham. Vivem de criar lobby e agradar especulador.
O Brasil está órfão de Governo. Está a deriva.
É inacreditável ter que explicar para um Presidente da República que não são os donos de supermercados que determinam o preço dos produtos. Esse preço é composto por uma série de variáveis, inclusive câmbio, demanda, fatores agrícolas, produção, custos de distribuição do produtor até a gôndola, armazenagem, e etc, etc, etc. O lucro do empresário neste caso lucra em média de 15 a 25% a depender do produto e do quanto ele vai vender determinado produto em grande ou pequena quantidade. É inacreditável ter que explicar isso para um Presidente da República.
É ainda mais inacreditável ter que explicar para um Ministro da Economia, este que era o "Grande Guru" que ia "salvar a economia do Brasil das mãos dos comunistas que comem criancinhas", que distribuir resto de comida de restaurante não diminui a pobreza, não diminui a miséria, não cria segurança alimentar, aliás, muito pelo contrário.
O quê diminui a pobreza é emprego, é renda universal, é uma economia que funcione sem canibalismos trabalhistas e sociais. O quê diminui a pobreza é salário mínimo que se reajuste anualmente acima da inflação. O quê diminui a pobreza é distribuição de renda, é abertura de oportunidades para jovens pobres e negros no mercado de trabalho, nas universidades. É ter políticas públicas econômicas que incluam, não que excluam as pessoas do Orçamento da União.
O problema é o projeto. Ou melhor, é a total falta de projeto que aposta num neoliberalismo canibal e covarde, enquanto mente descaradamente sobre tudo, inclusive sobre saúde pública.
É vergonhoso que o Brasil tenha gente tão desqualificada quanto essa no Poder.
Que capítulo vergonhoso da nossa história.
Guilherme Moura.
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