Os interessados em participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) têm até o este sábado (21) para fazer a inscrição. As provas serão aplicadas nos dias 13 e 20 de novembro.

As inscrições para o Enem 2022, tanto para a edição impressa como para a digital, devem ser feitas na Página do Participante. A taxa é de R$ 85, e poderá ser paga via pix, cartão de crédito ou por boleto bancário até o dia 27 deste mês.

No momento da inscrição, o candidato escolhe se quer fazer a prova de língua estrangeira em inglês ou espanhol. Ele escolhe também se quer o exame impresso ou digital e informa se precisa de algum atendimento especial (acessibilidade, por exemplo).

O estudante também preenche um questionário socioeconômico informando se já concluiu o ensino médio e outras informações cadastrais.

Provas

As provas serão nos dias 13 e 20 de novembro. Pela primeira vez, o candidato poderá apresentar a versão digital de documento de identificação no dia da prova. Serão aceitos e-título, Carteira de Habilitação Digital ou RG Digital. O candidato deverá abrir o aplicativo e apresentar o documento ao fiscal. Capturas de tela não serão aceitas.

O exame terá quatro provas objetivas e uma redação em língua portuguesa. Cada prova objetiva terá 45 questões de múltipla escolha.

No primeiro dia do exame, serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e redação (língua portuguesa, literatura, língua estrangeira, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação) e de ciências humanas e suas tecnologias (história, geografia, filosofia e sociologia).

O tempo para realização da prova é de cinco horas e 30 minutos, contadas a partir da autorização do chefe de sala para o início das provas.

No segundo dia do exame, serão aplicadas as provas de ciências da natureza (química, física e biologia) e matemática e suas tecnologias. No segundo dia, o tempo para realizar o exame é de cinco horas, contadas a partir da autorização do chefe de sala para o início das provas.

Os gabaritos das provas objetivas serão divulgados no Portal do Inep até o terceiro dia útil após a última prova.

https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2022/05/inscricoes-para-o-enem-2022-terminam-neste-sabado-cl3f5irvr000p019i7x74i8mv.html 

 

 

Pix ou cartão de crédito serão aceitos para pagar inscrição do Enem 

Nesta sexta-feira (6), edital foi retificado para incluir novas opções de pagamento

06/05/2022 

Pela primeira vez, os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 vão poder pagar a inscrição da prova de outras formas além do tradicional boleto bancário. Neste ano, os alunos que não têm direito à isenção, poderão recorrer ao Pix ou cartão de crédito para custear a taxa. 

A inclusão de novas formas de pagamento foi anunciada pelo ministro da Educação, Victor Godoy, e pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas, na quinta-feira (5). 

Nesta sexta-feira (6), um edital de retificação do exame foi publicado acrescentado a mudança. A taxa para o Enem 2022 é de R$ 85, mesmo valor das três edições anteriores. As inscrições começam na terça-feira (10) e até o dia 27 de maio é possível efetuar o pagamento. Para quem escolher Pix, um QR code será gerado na página do participante. Por cartão de crédito, o candidato também deverá informar a opção no ato da inscrição.

Já os interessados em fazer o Enem 2022 que adquiriram a isenção da taxa devem realizar a inscrição na Página do Participante, mas não precisam efetuar o pagamento para confirmar a participação. O prazo de pedido de isenção, que se aplica para alunos de rede pública ou bolsistas na rede privada, já foi encerrado.  

https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2022/05/pix-ou-cartao-de-credito-serao-aceitos-para-pagar-inscricao-do-enem-cl2uf2z0800190167179jj9bp.html 

 

Novo Enem: participantes poderão escolher áreas avaliadas em parte da prova; entenda

Mudanças são consequências da implementação do novo Ensino Médio e passarão a valer em 2024

17/03/2022  

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira (17), o Ministério da Educação (MEC) apresentou uma reformulação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As novas diretrizes passarão a valer a partir de 2024. 

A principal mudança é que o exame será constituído de duas partes, chamadas pelo ministério de instrumentos. O primeiro deles será comum para todos os participantes, e abrangerá a formação geral básica do novo Ensino Médio, tendo como referência a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A matriz de referência deste instrumento contemplará articulações entre competências gerais e específicas e habilidades das áreas do conhecimento, com maior ênfase em Língua Portuguesa e em Matemática.

Já o segundo instrumento abordará os itinerários formativos do Ensino Médio — ou seja, a parcela das aulas que os estudantes podem optar por frequentar ao longo desta etapa da vida escolar. Neste caso, os participantes do exame deverão escolher apenas um dos quatro possíveis blocos, cada um deles correspondendo a uma combinação binária entre áreas de conhecimento. São eles:

  • Bloco I: Linguagens e suas Tecnologias + Ciências Humanas e Sociais aplicadas 

  • Bloco II: Matemática e suas Tecnologias + Ciências da Natureza e suas Tecnologias
     
  • Bloco III: Matemática e suas Tecnologias + Ciências Humanas e Sociais aplicadas 

  • Bloco IV: Ciências da Natureza e suas Tecnologias + Ciências Humanas e Sociais aplicadas 

A avaliação do domínio da Língua Inglesa ocorrerá de forma integrada com as áreas da primeira etapa, que também incluirá uma avaliação da produção de textos em Língua Portuguesa, tanto na forma de redação quanto em questões dissertativas. 

De acordo com a pasta, as mudanças são consequências da implementação do novo Ensino Médio e começaram a ser debatidas ainda no ano passado por um grupo de trabalho multidisciplinar. O objetivo da equipe era propor um novo formato para o Enem, que atendesse à realidade da escola como espaço de convivência e de relações sociais, de aprendizagens essenciais e de oferta de trajetórias diversificadas.

— O Enem precisa acompanhar a evolução da educação brasileira, das avaliações internacionais e da reforma do Ensino Médio. O modelo apresentado hoje contempla a flexibilidade curricular, permitindo que as aptidões e escolhas dos jovens sejam consideradas — disse o ministro da Educação, Milton Ribeiro. 

O novo Enem também promoverá, segundo o MEC, a transição gradual para a realização de provas digitais e avançará na utilização de novas tecnologias, como plataformas adaptativas, novos processos de correção automatizada que acelerem a divulgação dos resultados com maior precisão e inteligência artificial para correção de itens abertos e da redação. A pasta afirma que as provas físicas serão mantidas até que o acesso tecnológico seja garantido para todos os participantes.

Como vai funcionar

Ao detalhar as etapas no novo Enem, o secretário de Educação Básica Mauro Rabelo explicou que a primeira etapa apresentará questões contextualizadas e interdisciplinares. Assim, o instrumento avaliará a capacidade do estudante de fazer inter-relações entre os componentes básicos e o conhecimento adquirido em todas essas áreas. Em relação à Língua Inglesa, Rabelo esclareceu que sua avaliação será integrada às demais áreas e exemplificou: 

— Pode ter uma questão de História escrita em inglês para que o estudante avalie e responda à pergunta relativa à questão de História. 

O secretário também afirmou que o grupo de trabalho estabelece que esse instrumento pode ter questões de diferentes formatos, não apenas de múltipla escolha, com cinco opções, como é atualmente. Segundo ele, há diversos formatos que podem servir de inspiração para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) construa a primeira etapa.  

— Sugerimos que, se tiver itens abertos juntos com a redação, eles representem 25% da pontuação. Ou seja, dar um peso grande para a competência de produção escrita, porque isso é importante para qualquer aluno que deseje ingressar no Ensino Superior — disse. 

Sobre a segunda etapa do exame, Rabelo ressaltou que o candidato deverá escolher o bloco de acordo com a área que está vinculada ao curso superior que ele pretende cursar. Este instrumento também poderá ter questões de diferentes formatos, inclusive dissertativas. Essa decisão, entretanto, cabe ao Inep, que é o responsável pela execução do exame.

Para fins de acesso, as instituições de Ensino Superior deverão considerar os resultados de ambas as partes do Enem, conforme o secretário.  

Entenda o que muda com o novo Enem 

Como é: atualmente, o exame é composto por quatro áreas do conhecimento — Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias — e redação. As provas, que têm 45 questões objetivas de cada área, são aplicadas em dois dias e todos os alunos respondem as mesmas questões, embora os cadernos as apresentem em ordens diferentes.  

Como fica: a partir de 2024, o exame será dividido em apenas duas partes. A primeira será igual e obrigatória para todos os participantes, com questões interdisciplinares para avaliar competências e habilidades da formação geral. Nesta etapa, entrará a Língua Inglesa e a redação. Também pode haver questões de diferentes formatos, não apenas objetivas. A segunda vai avaliar os itinerários formativos do novo Ensino Médio. Haverá quatro blocos e cada um representará a combinação duas áreas do conhecimento. O participante escolherá somente um deles para responder, de acordo com sua opção de curso Superior. 

https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2022/03/novo-enem-participantes-poderao-escolher-areas-avaliadas-em-parte-da-prova-entenda-cl0vapycj006j017c8v8owlne.html 

 

Nota do Enem serve para programas como Sisu, Prouni e Fies; veja como funciona

Desempenho no exame pode facilitar obtenção de bolsas e até mesmo o ingresso em universidades estrangeiras 

10/02/2022

Com os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021 divulgados na quarta-feira (9) pelo Ministério da Educação (MEC), os participantes agora se encaminham para decidir qual é a melhor forma de utilizar sua nota para tentar uma vaga em instituições de nível superior públicas e privadas.

Alguns dos caminhos são o Sistema de Seleção Unificada, conhecido como Sisu, utilizado para vagas em instituições públicas; o Prouni, para bolsas em universidades privadas; e o Fies – um sistema de financiamento que os estudantes podem fazer junto ao governo federal. Veja abaixo onde aplicar sua nota do Enem e quais os critérios de cada programa:

Sisu

O Sisu é o sistema utilizado pelo MEC para selecionar indivíduos para as vagas em cursos de Ensino Superior de instituições públicas de todo o Brasil. Neste ano, as inscrições – feitas gratuitamente e de forma online pelo site do Sisu – para o programa terão início na próxima terça-feira, 15 de fevereiro, e vão até o dia 18. A oferta para cada curso é limitada, de forma que, para escolher quem será o dono de cada vaga, o MEC utiliza as notas que o candidato obteve no Enem 2021. Os cursos têm nota mínima de corte definida, de forma que, para poder concorrer, o candidato precisa ter obtido desempenho igual ou superior no Enem. No decorrer do processo, o Sisu calcula e divulga diariamente a nota de corte para cada curso.

Para se inscrever, é preciso obrigatoriamente ter feito o Enem mais recente, não ter zerado a prova de redação e não ter prestado o concurso na condição de treineiro. O candidato pode concorrer às vagas de ampla concorrência, às ofertadas pela Lei de Cotas ou às vagas relativas a políticas de ações afirmativas das instituições.

Quem ainda está um pouco indeciso sobre a carreira que deseja seguir, ou onde quer estudar, tem no Sisu a oportunidade de se inscrever em até dois cursos diferentes nas universidades – indicando qual é sua escolha prioritária e qual é sua segunda opção. Mas não é possível ser aprovado em duas vagas: se conseguir a aprovação no curso indicado como prioritário, o participante deixa de concorrer na sua segunda opção. Não é obrigatório escolher um segundo curso para concorrer.

Prouni

O programa do Ministério da Educação que dá bolsas de 100% da mensalidade, ou parciais, de 50%, em universidades privadas chama-se Prouni –  Programa Universidade para Todos. Conforme divulgou o MEC, as inscrições ocorrem entre os dias 22 e 25 de fevereiro pelo site do programa

A inscrição no Prouni é restrita a alunos que cursaram os três anos do Ensino Médio em escola pública ou em colégios particulares, mas com bolsa integral. Também podem se inscrever estudantes com deficiência e professores da rede pública de ensino – desde que integrem o quadro de pessoal permanente da instituição.

O programa também observa um critério de renda: só podem pleitear uma bolsa integral candidatos cuja renda familiar bruta mensal, por pessoa, é de até 1,5 salário-mínimo. Para as bolsas parciais (de 50%), podem se candidatar aqueles cuja renda familiar bruta mensal é de até três salários por pessoa. O critério de renda não é aplicado aos professores da rede pública.

Outro critério para candidatar-se é que a nota na redação do Enem não pode ser zero e que a pontuação média nas provas que compõem o Enem seja de no mínimo 450.

Fies

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) existe desde 2001 e pode ser uma opção para quem não conseguiu uma vaga pelo Sisu e não se qualifica para o Prouni. Trata-se de um programa em que o governo federal que oferece crédito para estudantes pagarem suas mensalidades em instituições privadas de Ensino Superior – depois da formatura, os beneficiários devem quitar os valores cedidos pelo governo federal. As inscrições começam no dia 8 de março e se estendem até o dia 11 pelo Portal do Fies. Neste primeiro semestre de 2022, o programa oferecerá 111 mil vagas.

Pode se inscrever para o Fies quem fez qualquer edição do Enem desde 2010, mas participações como treineiro não são consideradas. O candidato deve ter obtido média mínima de 450 nas diferentes provas do exame e não pode ter zerado a redação. Também há um critério de renda: a renda familiar mensal per capita do candidato deve ser de até três salários-mínimos.  O crédito advindo desse fundo federal poderá cobrir de 50% a 100% da mensalidade do curso, podendo ser a juro zero ou variado, conforme a renda do candidato.

Universidades estrangeiras

Algumas instituições de ensino de fora do Brasil também consideram as notas do Enem como uma forma de acesso aos seus cursos ou como parte da nota em seus próprios processos seletivos. Portugal é o país onde o Enem é mais amplamente aceito como forma de ingresso, já que o Brasil tem convênio com cerca de 50 instituições de Ensino Superior do país europeu. Nações como Canadá, Estados Unidos, Irlanda e Reino Unido também têm universidades que utilizam o Enem como um de seus critérios para admissão de novos alunos. No portal do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, órgão vinculado ao MEC) o candidato pode consultar quais são essas universidades, mas é importante verificar os sites de cada uma delas para entender de que forma a nota do exame brasileiro é considerada. 

https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2022/02/nota-do-enem-serve-para-programas-como-sisu-prouni-e-fies-veja-como-funciona-ckzhd19xc006x015ps0xpg29b.html 

 

 

A história e as dicas de um gaúcho que tirou nota mil na redação do Enem

Gabriel Borges, 22 anos, é professor e faz o exame todos os anos para testar a prova e emular a experiência dos alunos

11/02/2022 

Anselmo Cunha / Agência RBS

Nascido em Estrela, Gabriel Borges mudou-se para Porto Alegre para cursar a faculdade
Anselmo Cunha / Agência RBS

 

Diferente dos milhões de candidatos que fazem a prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sonhando em ingressar no Ensino Superior, o gaúcho Gabriel Borges, 22 anos, que é professor de redação, costuma fazer o exame para testar a prova e assim emular a experiência que seus alunos vivem diante deste desafio. Só que na edição do Enem 2021, esse teste lhe rendeu a rara e almejada nota mil. Na edição anterior, nenhum candidato do Rio Grande do Sul pontuou tão alto.

— Eu já tinha tido notas 960, 920, mas este foi o meu primeiro mil. Fico feliz pois é difícil conquistá-lo. Tanto é que, na edição anterior, foram 28 notas mil dentre cerca de 3 milhões de participantes, é uma proporção muito pequena — afirma Gabriel.

O professor nasceu em Estrela. A vinda para Porto Alegre foi em 2017 para cursar Escrita Criativa na PUCRS. Esse movimento só foi possível porque, depois de participar do Enem daquele ano, conquistou uma bolsa integral pelo Prouni. Sua paixão à época — e até hoje — são os contos e a ficção, mas, durante a faculdade, Gabriel se envolveu com outros estilos de escrita que o encaminharam para a carreira que segue hoje.

— Comecei a trabalhar com redação sendo monitor em um curso pré-vestibular, e percebi que, além de escrever, gosto da docência e de estar perto dos estudantes. Aí, migrei da Escrita Criativa para Letras Português e assim ter uma licenciatura e poder dar aula — afirma Gabriel.

Desde 2020, ele faz parte do quadro de profissionais que trabalham com redação no MeSalva!, curso online de preparação para vestibulares e Enem. Mas Gabriel precisou de tempo e estudo para ficar excelente em redação: em 2016, sua nota foi de 660, uma pontuação que considera mediana. Isso porque só ter intimidade com a escrita, observa Gabriel, não basta para ir bem na redação do Enem. É preciso ter as competências necessárias para construir o tipo de texto exigido pelo exame nacional.  

— Em 2016 eu já amava literatura, já lia e escrevia bastante, mas eu não conhecia a dissertação argumentativa que é cobrada pelo Enem. É preciso ficar imerso nesse tipo de texto do concurso para ir bem. Minha principal dica para tirar notão na redação é: leia redações nota mil, 980, 960. Isso vai te colocar em contato com o gênero, com os pontos fortes, com as coisas que você deve evitar. Ver a coisa pronta e feita com excelência ajuda muito a fazer algo parecido — relata.

Segundo o professor, além de estudar com afinco, também é preciso contar com um pouco de sorte, já que parece haver uma certa "mística" ao redor da nota mil, que vai para além dos parâmetros de correção exigidos pelo manual. Segundo ele, não se sabe da existência de um sistema que "barre" notas mil, mas a proporção de redações gabaritadas em relação ao número de participantes é muito pequena, o que abre margem para confabulações e superstições.

— Quando entreguei os textos nas duas últimas edições do Enem, eu sabia que estavam muito bons, mas sabia que a redação nota mil tinha também esse quesito que é quase sorte. É como se, além de ter feito um texto perfeito, os astros também tivessem que estar alinhados. Isso pode estar ligado ao fato de que sempre há subjetividade por trás da avaliação e da escrita — afirma Gabriel.

Mais dicas

O professor compartilha alguns conselhos para quem quer repetir o feito de gabaritar a redação. Um deles é que o candidato deve se preparar escrevendo redações com regularidade e de forma a simular uma prova de Enem, o que vai ajudá-lo a não ser surpreendido na hora da prova real. Também é importante ter ritmo de raciocínio e de escrita, e uma noção de quanto cabe nas trinta linhas que são o limite da prova.

— É importante fazer simulados para sentir o ritmo e não tomar um susto no dia da prova. É muito diferente escrever redação tranquilo e ter que escrevê-la junto com mais 90 questões que costumam ser extenuantes, pois são de linguagens e ciências humanas e envolvem bastante leitura — afirma Gabriel

Também é recomendável que o aluno busque uma correção de redação com qualidade, para ter um feedback dos pontos em que está acertando ou errando, e assim continue progredindo. A ideia é que, para ter uma nota alta, é preciso conseguir enxergar o texto de forma parecida com a de um avaliador. 

Quanto ao tempo dedicado à escrita, dado que a redação é feita no mesmo dia que a prova de linguagens e de ciências humanas, a estimativa de Gabriel é de que o estudante deve reservar 1h30min para o texto e mais três minutos para cada questão objetiva. 

A leitura atenta dos textos motivadores e da frase temática também é essencial. A partir disso, a dica é fazer um brainstorming, selecionando as ideias que funcionam melhor para o texto e escolhendo argumentos cuja complexidade não seja maior do que o tempo que o candidato tem para apresentá-lo. O tema que Gabriel teve que encarar foi "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil". Para isso, abriu o texto com um conceito de democracia do cientista político Norberto Bobbio, como citação indireta.

— Trouxe o conceito de que a democracia não é só eleições de quatro em quatro anos, e sim todo o guarda-chuva do aparato do Estado, é todo mundo ter acesso à educação e à alimentação. Defendi que, para ter acesso a políticas públicas, é preciso ter o registro civil — lembra o professor.

https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2022/02/a-historia-e-as-dicas-de-um-gaucho-que-tirou-nota-mil-na-redacao-do-enem-ckziwqkdx008g015pnpmhfabz.html