Privatização da educação segrega estudantes

Privatização da educação segrega estudantes

 

 

Exemplos internacionais mostram como a privatização da educação segrega estudantes e fragiliza educadoras(es)


A terceirização do ensino público que avança no Paraná, estado cujo governador é alinhado ao centro, mesmo campo político de Eduardo Leite (PSDB), tem impulsionado discussões sobre os riscos de privatizar a educação.

Nesta terça-feira (5), data em que Ratinho Júnior (PSD) sancionou o Projeto de Lei que transfere a gestão de 204 colégios estaduais paranaenses para o empresariado, o G1 publicou uma reportagem explicando como funcionam outros modelos semelhantes de terceirização do ensino público, fora do Brasil

O que se nota, a partir dos sistemas implementados na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Chile, é um contexto de exclusão estudantil, desigualdade educacional e desvalorização do trabalho docente. 

As academies da Inglaterra

Na Inglaterra, organizações sociais ou empresas privadas administram financeiramente e pedagogicamente cerca de 80% das escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Há casos de instituições que adotaram processos seletivos no momento da matrícula, excluindo estudantes que não correspondiam às expectativas dos gestores. 

As “escolas charter” dos Estados Unidos

O funcionamento das escolas norte-americanas é parecido com o das inglesas, mas o impacto no desempenho dos estudantes foi muito baixo até agora. Entre 2000 e 2008 os avanços foram quase imperceptíveis e só mais recentemente, entre 2014 e 2019, houve uma melhora no aprendizado de matemática e leitura. Os dados são de um estudo realizado em fevereiro deste ano, pela Universidade de Stanford. 

Além de oferecer um ensino pouco qualificado, as escolas charter estão envolvidas em diversas investigações da imprensa norte-americana. Casos de desvio de dinheiro público, precarização das condições de trabalho das professoras(es) e falta de critérios na contratação de docentes são alguns dos fatos apurados. 

O sistema de vouchers no Chile 

Uma herança neoliberal da ditadura de Augusto Pinochet, a educação no Chile é pautada pela lógica de mercado: para impulsionar a competição entre instituições, as famílias escolhem se as filhas(os) estudarão em uma escola particular subsidiada pelo Estado ou em um colégio público. 

O resultado, evidentemente, tem sido um desastre. A desigualdade educacional é gritante, pois as instituições privadas contam com investimento do Estado e dos pais de alunas(os). Em contrapartida, a escola pública conta só com a verba do Estado, ficando para trás na qualidade de ensino e na infraestrutura. 

O CPERS defende, de forma inegociável, a educação pública. Somente um ensino de qualidade fruto do capital estatal é capaz de garantir igualdade de oportunidades para todas(os). Outras alternativas, forjadas de boa intenção como a “Parceiro da Escola” no Paraná, caminham na contramão de uma educação democrática, laica e emancipatória. 

FONTE:

https://cpers.com.br/exemplos-internacionais-mostram-como-a-privatizacao-da-educacao-segrega-estudantes-e-fragiliza-educadorases/ 




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