Projeto político-policial

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TRÊS DIAS ANTES DA CHACINA, EVENTO DE DERRITE EXPÔS PROJETO POLÍTICO-POLICIAL COM CÚPULA DO RIO DE JANEIRO

No encontro, Ciro Nogueira lançou o novo slogan do Progressistas para 2026: “Brasil do futuro é Brasil mais seguro”, marcando o tom eleitoral da pauta de segurança

ICL Notícias

Por Roberta Medina e Almir Felitte, 07/11/2025 

Derrite. Foto: Reprodução

 

Entre os dias 23 e 25 de outubro, apenas três dias antes da maior chacina da história recente do Brasil, foi realizada em São Paulo a “COP International 2025” (Congresso de Operações Policiais), reunindo uma grande feira de exposição de forças policiais e empresas de tecnologia de defesa e segurança, além do ciclo de debates “Fórum de Segurança Pública pelo Brasil”, patrocinado pelo Partido Progressista e a Fundação Francisco Dornelles.

O evento recebeu o apoio institucional da Secretaria de Segurança Pública e das polícias civil e militar do estado de São Paulo, bem como do Ministério da Defesa. Apoio mais do que visível: a feira contava com estandes destas instituições, exibindo seus arsenais ao lado de empresas privadas, nacionais e estrangeiras, que oferecem o que há de mais avançado em tecnologia militar e de vigilância. No público, policiais militares, civis, federais, municipais e penais circulavam fardados, uniformizados e armados pelo salão.

Muitos não eram meros figurantes, integrando as mesas de debate do “Fórum” como palestrantes ao lado de deputados, policiais-deputados, governadores, secretários e promotores. Alguns dos policiais, é importante frisar, palestraram fardados.

Mas há ainda um pequeno detalhe: o fórum era, na verdade, um ciclo de debates realizado pelo Partido Progressista (PP), o mesmo do Secretário de Segurança Pública paulista, o ex-Capitão da ROTA Guilherme Derrite, através da Fundação Francisco Dornelles. De fato, o evento não fez nenhuma questão de esconder o seu caráter político. A fundação partidária constava expressamente na organização, o logo do “Fórum” estampava o símbolo e o número do Progressistas e nomes de destaque do partido eram as estrelas do debate.

Aliás, coube a Ciro Nogueira, senador e presidente da sigla, anunciar em primeira mão o novo slogan que o Progressistas agora adota de olho em 2026: “Brasil do futuro é Brasil mais seguro”. Mas era Derrite quem, sem dúvidas, se fazia onipresente no evento que parecia construído mais em torno de sua futura candidatura do que de seu partido.

Quase todos os palestrantes faziam questão de agradecer o convite pessoal que receberam do Secretário, sempre acompanhado da cúpula de seus comandados paulistas: o ex e o atual Comandantes-Gerais, o Comandante do Choque e o Chefe de Inteligência da PM, além do Delegado Geral da PC e do diretor da Polícia Penal.

Essa verdadeira simbiose, articulada a partir de São Paulo apenas três dias antes da chacina do Rio de Janeiro — envolvendo polícias de todo o Brasil, partidos da extrema-direita (com a presença do PP e do PL) e a indústria de vigilância e defesa armamentista —, parece simbolizar bem os rumos que a política brasileira pode tomar nos próximos anos, sobretudo diante do tom discursivo que logo depois justificaria o massacre. Tentamos desvendá-los a seguir.

O ajuste narrativo: sai a falida guerra às drogas, entra o combate ao narcoterrorismo, segue a guerra às favelas

“A guerra às drogas nós já perdemos, a droga é só a quarta fonte de renda do crime organizado. (…) Esquece a droga, nós já estamos em outra prateleira. (…) Nós já somos um narcoestado. (…) Isso aqui não é caso de polícia, isso aqui é caso de direito internacional”.

As frases acima foram parte do acalorado discurso de Alexandre Abrahão, juiz de uma vara especializada em crime organizado do TJ-RJ, em uma das mesas mediada pelo próprio Derrite. Destacamos seu discurso por resumir as principais ideias da extrema-direita para a segurança pública neste ponto: a mudança do foco narrativo central da guerra às drogas para a guerra territorial e a abertura à intervenção estrangeira a partir da reclassificação de problemas internos como conflitos transnacionais pautados em conceitos de terrorismo.

A primeira é essencial na construção da segunda. Relativizar seu próprio velho discurso de combate às drogas é uma novidade neste momento de reorganização da extrema-direita para as próximas eleições. A ideia é introduzida por uma frase do Governador Cláudio Castro, o maior responsável pela chacina do RJ, e repetida por representantes cariocas no evento: “hoje, o crime é business”. Para Castro, as facções só continuam a traficar porque uma lei “branda” faz as drogas ainda valerem a pena, mas que elas já representam apenas “um quarto do dinheiro do crime”.

Na linha do “business”, o Secretário de Segurança do RJ e delegado federal aposentado Victor Santos pontuou que “a favela não é pobreza, é potência e oportunidade que têm sido exploradas pelo crime”. É acompanhado pelo Coronel Maurílio Nunes, ex-Comandante do BOPE e seu atual Subsecretário, para quem a “estrutura empresarial” do crime organizado se dá porque “as facções aprenderam a dominar serviços com as milícias”. Felipe Curi, delegado e Secretário da PC-RJ, foi além ao afirmar que as milícias, hoje, são formadas por traficantes que migraram das facções, pontuando que a exploração territorial dá muito mais dinheiro do que o tráfico de drogas. Todos foram uníssonos ao dizer que a “ADPF das favelas” seria a grande responsável pela dominação territorial do RJ pelas facções.

As favelas, tratadas como territórios cuja soberania estatal deveria ser “recuperada”, foram um ponto central na fala da cúpula de segurança do Rio de Janeiro. Em uma das apresentações, chegou-se a exibir um vídeo feito com inteligência artificial generativa que simulava “o que moradores da favela falariam, se pudessem falar”. Victor fez questão de afirmar que “81% da população brasileira

mora em favelas. São pessoas pobres, negras, sem oportunidade, isso é uma mentira”.

Dentro de sua retórica, quem “defende” esse tipo de território estaria contribuindo para manter um sistema lucrativo cuja expansão beneficia as facções, que, segundo ele, “aprenderam com a milícia que explorar os territórios é uma fonte de receita”. Nessa mesma linha, Fabrício Oliveira, Delegado da CORE-RJ, afirmou que a única coisa que “limita” a favelização do Brasil são os recursos naturais, como deslizamento de morros, porque a “legislação aceita esse tipo de formação territorial”.

No evento como um todo, o Rio de Janeiro foi retratado como um laboratório, um “caso complexo, muito difícil de segurança pública”, porque os agentes policiais precisam agir “dentro das quatro linhas”, limitados pela “ADPF das favelas”, enquanto o “crime avança na marginalidade da lei”.

Nas palavras do próprio Secretário fluminense, a realidade do Rio seria “um reflexo da inação das leis, que são um instrumento para que a polícia possa fazer o seu trabalho”. Seu discurso sempre se dirige para a mesma profecia: sem mudanças na legislação que deem ainda mais autonomia às ações da polícia, o mesmo irá acontecer em todo o país. Ameaças acompanhadas por comentários como o do Capitão Telhada, deputado estadual paulista pelo PP, afirmando que “o contexto do Rio de Janeiro assusta a gente aqui em São Paulo”.

As falas da cúpula de segurança do Rio de Janeiro durante a COP, muitas delas proferidas pelos principais responsáveis pela chacina, revelam o tom de um projeto de país em curso. A chacina e sua retórica, retratada como uma “operação de sucesso”, foram antecipadas em um evento partidário-policial que prefigurou tanto as atrocidades realizadas quanto a narrativa destinada a justificar o injustificável. Ao tratar com ironia as críticas à letalidade policial, Victor enfatizou com desumanidade e frieza: “Quem trabalha muito, erra muito”.

Diante desse mote, a palestra do promotor do MP-SP, Leonardo Romanelli, explicando as ações de inteligência da Operação Carbono Oculto contra redes financeiras do PCC, ficou isolada do restante do evento. Reverberaram muito mais discursos como o do juiz Alexandre Abrahão, que após dizer que “seteiras (buracos na parede que servem como base de tiro) e barricadas são o limite final da liberdade da sociedade”, olhou para a plateia paulista e profetizou: “se isso aparecer aqui em São Paulo é porque vocês já perderam”.

No fórum, repetiu-se muito a ideia de que o RJ foi responsável por “exportar criminosos e o modus operandi do crime para outros estados”, como disse o Secretário Victor. Por sua vez, é da noção territorializada do crime no RJ que a direita tenta levar o debate da segurança pública para o campo da soberania e do terrorismo, dando base à ideia de uma guerra territorial que justifique até a intervenção do direito internacional no Brasil.

Um conceito bastante explorado, por exemplo, foi o de “black spots”, áreas dentro de um país em que a soberania do Estado é frágil ou inexistente, citado pelo juiz Abrahão e pelo ex-Comandante Geral da PM paulista, o Coronel Cássio Araújo. Foi a partir dele que Abrahão usou os termos “narcoterrorismo” para dizer que a droga já havia se tornado algo secundário diante da guerra territorial, enquanto o coronel

paulista preferiu o termo “terrorismo criminal”.

Discurso corroborado por falas como a do delegado Felipe Curi ao afirmar que a ADPF transformou as favelas em “base operacional”, ou na defesa que o ex-BOPE Maurílio Nunes fez do atual projeto de ocupação das favelas no RJ como forma de retomada da soberania contra os “narcoterroristas”. Ou, ainda, o apontamento do Secretário carioca de que o RJ, hoje, tem “microsoberanias” nas quais “o fuzil é o instrumento de dominação territorial”.

As diferenças entre CV e PCC, porém, acabam ignoradas para que se apliquem os mesmos conceitos em SP. Isso foi bem observado na fala inaugural de Derrite, que apresentou como os “dois desafios críticos” do início de sua gestão a Baixada Santista e a Cracolândia, segundo ele, “territórios do crime organizado” que deveriam ser retomados pelo Estado.

Na Baixada, ele considerou as Operações Verão e Escudo “o maior evento policial de retomada do território e de intensificação das forças de segurança na América Latina”. Sobre as mortes decorrentes da ação policial durante essa operação, se calou, se limitando a dizer que “não existem provas, não existem vídeos que retratam violência policial nas operações”, embora isso seja uma evidente mentira.

Sobre a Cracolândia, Derrite caracterizou o território da Favela do Moinho como “posição estratégica” na justificativa de sua desocupação. Oportunidade que aproveitou para atacar os movimentos de mães que se organizam em busca de justiça por terem perdido seus filhos para a polícia e as lideranças comunitárias de moradores contra o despejo, chamando-as de “traficantes”.

Nesse ponto, é importante perceber como estes conceitos recaem sobre a população dos territórios. Instigado pelo deputado estadual Capitão Telhada, por exemplo, o Tenente-Coronel Wilmar Fernandes, que atua pela PM-MS nas fronteiras com Bolívia e Paraguai, afirmou que as facções vivem uma “guerra assimétrica” na qual, com menos potencial bélico que o Estado, cooptam o povo através do assistencialismo e da propaganda.

Sob o discurso de guerra territorial, portanto, populações inteiras são postas em situação de constante suspeição pelas autoridades diante da ameaça de cooptação pelas facções. Nesse contexto, surgem debates como o poder da “narcocultura” (em discursos acalorados sobre MC’s) ou a tese de “guerra

informacional”, observada, por exemplo, na afirmação do diretor da Polícia Penal-SP de que “o PCC usa ONGs para espalhar desinformação”.

Foi o diretor Rodrigo Andrade, aliás, quem apresentou em sua palestra um quadro comparativo entre o crime organizado e o terrorismo, citando o planejamento estratégico, o uso da violência, o impacto sistêmico, a comunicação simbólica e a estrutura em rede como pontos em comum. Dados acompanhados de afirmações ainda mais enérgicas, como a do juíz Abrahão de que “os mísseis do Hamas são alimentados pelos cigarros clandestinos do Paraguai” ou de que “o PCC está ligado à grupos terroristas”.

Território, soberania e narcoterrorismo, portanto, muito mais do que a “guerra às drogas”, se mostram as palavras-chave para compreender o novo plano político das polícias e da direita, construído centralmente a partir da segurança pública. Suas justificativas empilhadas, porém, não são suficientes para tapar uma série de buracos argumentativos que ficam.

Primeiro, é curioso que as milícias nunca sejam retratadas como um problema em si mesmo. Para eles, a questão é que as facções (sobretudo o CV) copiaram o modelo miliciano e agora são um problema maior. Segundo, embora todos reconheçam que o funcionamento da maior facção do Brasil, o PCC, seja diferente, desterritorializado, é o cenário territorializado carioca o escolhido como paradigma para o resto do Brasil.

Embora reconheçam a milícia como modelo que surgiu com o domínio territorial, a deixam de fora de suas propostas para combatê-lo, focando exclusivamente nas facções enquanto deixam de lado qualquer debate sobre a relação entre forças policiais e crime organizado no país.

Mesmo que insistam na centralidade do fuzil na dominação territorial, ignoram o afrouxamento da legislação armamentista que os permitiu e o sabido papel da corrupção policial nos desvios que alimentam o crime. Inclusive os negam, como fez o Coordenador da CORE-RJ Fabrício Oliveira, chamando o Estatuto do Desarmamento de “meu fuzil, minha vida”.

Outra incongruência é a questão financeira. A direita aponta que as facções diversificaram atividades econômicas e, hoje, focam na exploração territorial, mais lucrativa que o tráfico de drogas. Mas se estas atividades geram ainda mais lucro, como não se sabe onde circula este novo dinheiro? Por que há tanto interesse em demandar investimento em aparatos de combate e quase nenhum em operações e agências de fiscalização de redes financeiras? Querem nos fazer crer que o CV e as milícias guardam dinheiro embaixo de seus colchões?

No fim das contas, ao não abordarem em seus discursos outros tipos de criminalidade que existem para além das facções e outras causas para a violência, o que se observa é que esta alteração de rota narrativa da extrema-direita serve, realmente, a dois propósitos: 1) possibilitar a intervenção do direito internacional e de forças estrangeiras no Brasil a partir dos conceitos de narcoterrorismo; e 2) justificar o aumento da autonomia, dos poderes e das competências das forças policiais do país simulando uma guerra territorial interna de elevado nível tecnológico.

O Brasil está mais próximo de se tornar um estado policial do que um narcoestado

No congresso organizado pelo PP, duas coisas ficaram bem claras. A primeira delas é que as narrativas e o discurso político levados pela cúpula de segurança do RJ devem ser mobilizados pela extrema-direita para o restante do país. Os painéis de debates soaram como uma verdadeira tentativa de unificação e organização discursiva em torno de um projeto de futuro pensado pelas cúpulas de algumas polícias estaduais (principalmente RJ e SP) em conjunto com partidos políticos.

Para além das velhas retóricas punitivistas — que vão desde sugestões de alteração na legislação para o aumento das penas até a repetição do clichê populista de que “a polícia prende e o Judiciário solta”—, este projeto é centralmente caracterizado pela noção de “guerra territorial”, na qual os conceitos de “narcoterrorismo” e “guerra assimétrica” devem servir como justificativa para o aumento do poder e da autonomia policiais e para a suspensão permanente de direitos de populações periféricas e faveladas.

Neste ponto, está a segunda grande evidência revelada pelo congresso. Este projeto de poder não traz apenas novos recursos discursivos, mas consolida uma nova protagonista na política brasileira: a classe policial. Longe da velha imagem que fazíamos dela, como mera força auxiliar da elite política brasileira, cada vez mais, a polícia se coloca como pensadora e articuladora de um projeto autoritário para o país.

Se a “guerra ao narcoterrorismo” é colocada pela extrema-direita como o grande problema a ser enfrentado, a concessão de poderes ilimitados às polícias é receitada como a sua única solução. Uma solução que já escalou uma verdadeira tropa para defendê-la nos espaços tradicionais de poder: só nesta legislatura, mais de 60 policiais e militares já ocuparam uma cadeira no Senado e na Câmara Federal, o equivalente a cerca de 10% do Congresso Nacional. Policiais-políticos (ou políticos-policiais) que, nos últimos anos, vêm se dedicando a legislar em causa própria, propondo projetos que aumentam o seu próprio poder.

No palanque partidário de um dos maiores partidos da extrema-direita brasileira, não havia qualquer constrangimento de policiais que ali subiam fardados para discursar. Também não estava nada constrangida a cúpula da segurança pública do RJ que, enquanto realizava o seu “comício”, já pensavam na chacina que havia planejado para ocorrer três dias depois.

À promíscua relação entre policiais e políticos demonstrada no palco se juntavam algumas indústrias privadas que, com sua parafernália tecnológica de segurança e defesa exposta nos estandes ao lado, fazem as contas de quanto pode lucrar na espiral de violência brasileira.

Inclusive, o ajuste narrativo que acirra a escala do inimigo interno, sempre criado e sustentado por discursos que buscam legitimar as políticas de morte da polícia, parece também ser arquitetado para tornar juridicamente e socialmente aceitável, talvez em um futuro próximo, o uso de tecnologias como drones aéreos e terrestres equipados com armamentos, ostensivamente exibidas e disponibilizadas à polícia durante a feira.

Por certo, nada permanecerá igual após uma chacina dessa magnitude, a maior da história recente do Brasil. Décadas atrás, o próprio PCC surgiu dos escombros do “Massacre do Carandiru”, e, desde então, a sua expansão tem justificado diversas alterações legislativas e institucionais que ampliaram o poder e a capacidade de atuação das polícias e do sistema penal. Do mesmo modo, há décadas que o combate às facções legitimou escandalosas operações policiais e militares no RJ.

Hoje, o PCC diversifica suas atividades criminosas em plena expansão, enquanto o RJ já não sofre apenas com as facções, mas também com o fortalecimento das milícias a partir das próprias forças de segurança. Com velhas soluções fracassadas mais uma vez colocadas à mesa, poderíamos pensar que o Brasil não aprendeu nada com si mesmo. Infelizmente, não é verdade. A extrema-direita brasileira parece ter aprendido bem.

As instituições policiais e as organizações de direita estão cada vez mais alinhadas. Na verdade, quase se confundem no caminho para o poder que necessariamente passa por legitimar a execução e o massacre de moradores de favelas e periferias de todo o Brasil. Embora muitas narrativas preguem o contrário, afirmamos sem medo de errar: o Brasil está muito mais próximo de se tornar um Estado Policial do que um narcoestado.

*Roberta Medina é doutoranda em Socio-legal Studies na York University (Canadá). Compõe os grupos de pesquisa Politicrim (PUCRS) e LASInTec (Unifesp). Almir Felitte é servidor e autor do livro “História da Polícia no Brasil: estado de exceção permanente?”, pela Editora Autonomia Literária.

FONTE:

Ronaldo Almeida Bezerra 




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