Prova do Concurso Nacional Unificado

Prova do Concurso Nacional Unificado

Por Gustavo Silva — Rio de Janeiro    

A Fundação Cesgranrio foi a banca organizadora escolhida para promover o Concurso Nacional Unificado. Nesta sexta-feira (dia 24), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) anunciou a fundação como a escolhida para a elaboração e a aplicação da prova em 180 cidades do Brasil. A seleção — a ser realizada no ano que vem — pretende oferecer 6.640 vagas em 21 órgãos da administração federal. Mediante a escolha, o EXTRA ouviu diversos especialistas em certames dos cursos que mais aprovam candidatos para traçar um cenário de como poderá ser a prova, de acordo com a banca organizadora. Edital do concurso tem previsão de publicação até 20 de dezembro deste ano.

Uma unanimidade dentre todos os especialistas consultados é a de que, em virtude das declarações dos gestores do Concurso Nacional Unificado, as provas aplicadas serão diferentes das "decorebas" e fugirão do aspecto puramente legalista. Outro ponto onipresente é a complexidade de altíssimo nível imposto pela Cesgranrio nas questões de conhecimento da área de Exatas. Por fim, também se espera que, quanto às questões de legislação e Direito, a cobrança interpretativa da aplicação a casos concretos será corriqueira.

Victor Dalton, fundador do Direção Concursos, definiu a Cesgranrio como "uma banca moderna", que está acostumada a realizar concursos para o Banco Nacional do Desenvolvimento e para a Petrobras. Segundo Dalton, o grupo costuma valorizar o raciocínio, com grandes enunciados.

– O problema é que a Cesgranrio, nos últimos anos, perdeu muito espaço e realizou muito poucos concursos. Eu desconfio que fundação não evoluiu muito nessa última década, em que reduziu a organização de concursos nacionais, justamente pela falta de realização desse volume de provas. Eu diria que, hoje, ela tentará se comportar assim como a Fundação Getúlio Vargas nos certames.

Caberá à Cesgranrio divulgar o edital do processo seletivo com requisitos, vagas, salários, conteúdo programático, formas de inscrição, data e locais de provas. O contrato da fundação com o MGI deverá ser assinado até o fim deste mês.

Marcos Brito, diretor pedagógico da Degrau Cultural no Rio de Janeiro, salienta que a banca Cesgranrio "é uma banca sem muitas pegadinhas, bem direta".

– É um nível mediano. Em seus concursos, as notas de corte costumam ser altas. A banca costuma explorar bastante todos os tópidos do edital, sem mergulhar em dois ou três assuntos.

Advogado especialista em Administração Pública e professor de cursos, Alexandre Prado diz que a escolha da Fundação Cesgranrio surpreendeu os candidatos, porque a banca reduziu a participação nos certames públicos há uma década. No entanto, em 2021, realizou o maior concurso do país, com 1.6 milhão de candidatos, para o Banco do Brasil.

– E justamente, nesses últimos dez anos, tivemos uma mudança na forma de abordagem das questões, principalmente das bancas denominadas legalistas, pois passaram a cobrar conteúdos em comandos de questões mais longos e aplicados a caso concreto. Logo, as questões das provas anteriores da Banca Cesgranrio não servirão de parâmetro para as questões das provas do concurso nacional unificado.

O professor de Português do Colégio e Curso Zerohum Wellington Malta ressalta que, com a escolha da banca Cesgranrio para a realização do Concurso Nacional Unificado, os candidatos já podem ter uma noção acerca da formatação das provas. Um exemplo é a tendência de questões que busquem mais a parte da interpretação.

– Como o concurso terá, por exemplo, uma prova visando ao ingresso em cargos distintos, espera-se que as questões tenham uma formatação híbrida. Então, por mais que possa haver referências ao perfil da banca, como é uma nova proposta de concurso, é necessário que se espere a publicação do primeiro edital a fim de que haja um parâmetro real para os estudos. Por enquanto, resta aos candidatos estudar as disciplinas comuns nos concursos e resolver questões da Cesgranrio.


 




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