Qualidade no atendimento especializado
Ato defende qualidade no atendimento especializado
Comunidade escolar e entidades criticam a contratação de monitores do Terceiro Setor e não dos concursados para atuarem em Educação Inclusiva
| Foto: Ana Julia Zanotto / Especial / CP
Entidades, monitores e pais de crianças com deficiência promoveram ato público na sexta-feira (18/8), no Centro de Porto Alegre, contrários à contratação de profissionais para atendimento especializado via parceria com o Terceiro Setor. Anunciado segunda-feira (14/8), o Programa Incluir+POA, da Secretaria Municipal de Educação (Smed), prevê 421 contratados para o acompanhamento de alunos com deficiência intelectual da rede pública municipal.
Os manifestantes ressaltaram a importância do monitor, para gestão escolar e relação socioafetiva destes profissionais com os alunos. E foram apoiados por entidades e representantes da Câmara de Vereadores.
O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) manifestou preocupação com o projeto, advertindo que há profissionais aprovados em concursos e que aguardam nomeação. Já o vereador Jonas Reis assinala que as comunidades escolares não aceitam a “precarização da política de Educação Inclusiva”. E acrescenta que as famílias estão preocupadas com a perda do vínculo entre alunos e monitores; e que o Incluir+POA ameaça o avanço da inclusão na Capital.
Em nota, a Smed argumenta que não se trata de terceirização, e, sim, de parceria por cooperação de Organizações da Sociedade Civil (OSCs). “Esse modelo foi implantado lá em 1990, pelo então prefeito Olívio Dutra, e funciona bem até hoje, com 217 escolas conveniadas que atendem grande parte da Educação Infantil”. Ainda informa que parte dos atuais monitores passará, gradativamente, a atuar na origem da função, a Educação Infantil. “Cada caso será visto pontualmente, com muito cuidado e carinho, para respeitar o vínculo dos servidores com os alunos”. E sobre os novos concursados, 288 monitores foram chamados; e 201 seguem na fila, para serem chamados até 2025 (vigência do atual concurso).
Mães querem monitor efetivo
A monitora de inclusão Maria Augusta da Silva alega descaso com profissionais de monitoria e estudantes. “Uma criança de inclusão precisa de rotina, daquela pessoa todos os dias. E essa mudança vai desorientar o trabalho dentro da escola.” Mãe de criança com deficiência, Natália Damaceno Severo aguarda para ser chamada no concurso de monitoria. Segundo ela, o filho de 11 anos está há dois anos com as mesmas monitoras, e avalia que a alteração destas profissionais é “um ataque à criança de inclusão”. Como monitora a ser chamada, ela está desapontada, e menciona que não há informações sobre quando haverá novos chamamentos.
* Sob supervisão de Maria José Vasconcelos
Ana Julia Zanotto*
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