Reajuste do valor para a merenda escolar

Reajuste do valor para a merenda escolar

Por Pedro Henrique Gomes e Vinicius Cassela, g1 — Brasília

 

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), disse nesta terça-feira (10) que o governo federal estuda reajustar os valores repassados para estados e municípios destinados à compra de merenda escolar antes do início do ano letivo de 2023. Santana deu a declaração após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde desta terça.

Os valores não são corrigidos há cinco anos. Em setembro do ano passado, o então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), vetou o reajuste para merendas de creches e escolas públicas. A quantia que a União repassa a estados e municípios para a merenda escolar varia. São R$ 0,36 por dia para cada estudante do ensino fundamental e médio; R$ 0,53 por dia para os alunos da pré-escola; e R$ 1,07 para os alunos em creches ou no ensino integral.

"Há seis anos que não há reajuste na merenda escolar, que é o repasse que o FNDE faz para municípios e pra estados. Então o presidente tá autorizando que a gente faça um estudo e em breve vai anunciar um reajuste, um aumento nos recursos repassados para estados e municípios e a ideia é fazer isso antes mesmo do início do ano letivo, a partir de fevereiro", disse Camilo Santana.

Os valores dos repasses federais para as escolas somaram R$ 3,9 bilhões em 2022. Desde 2017, o valor enviado para cada aluno não é reajustado.

A diretriz do orçamento de 2023 aprovada pelo Congresso autorizava a correção desse valor pela inflação acumulada desde a última atualização. Segundo o Observatório da Alimentação Escolar, o aumento seria de 34%, o equivalente a R$ 1,3 bilhão a mais para este ano.

Na época do veto, Bolsonaro afirmou que o reajuste contrariava o interesse público, porque bloquearia parte do Orçamento e tiraria do governo a flexibilidade para movimentar recursos. Disse também que o reajuste prejudicaria outros programas do Ministério da Educação e dos demais órgãos da União.

Inflação dos alimentos

Levantamento feito pelo g1 que mostra que, enquanto a renda média do brasileiro subiu 19,7% em três anos, os alimentos ficaram 41,5% mais caros, exemplifica como o não reajuste dos valores prejudica a nutrição adequada dos alunos de escolas públicas.

Levantamento feito pelo g1 mostra que, enquanto a renda média do brasileiro subiu 19,7% em três anos, os alimentos ficaram 41% mais caros.

Entre outubro de 2019 e o mesmo mês de 2022, a inflação no Brasil foi de 22.45%. Já os alimentos subiram quase o dobro, com alta de 41,5%.

https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/01/10/governo-estuda-reajustar-valor-repassado-para-merenda-escolar-antes-do-inicio-do-ano-letivo.ghtml?fbclid=IwAR3O3AkHQYeTMU3o3Wp6zGHgxSsLOIW80zfrh2xTfHlYUSMYNPaTIGz-gSg 




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