Resposta ao Presidente
RESPOSTA AO PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO
Eugenio Bastos
Em primeiro lugar, VAGABUNDO aqui não é o PROFESSOR.
Ao criticar a maioria dos sindicatos de professores existentes no Brasil, dizendo que os mesmos são dirigidos pela esquerda radical, informo ao Sr. que professores não são marionetes, possuem senso crítico e quando se dirige aos sindicatos, está indiretamente atingindo uma categoria profissional inteira.
Os dirigentes sindicais são eleitos por um processo democrático e todos os professores sindicalizados tem o direito de montar as suas chapas e concorrerem as eleições, sejam eles de direita, de centro ou de esquerda.
O Sr. não tem a mínima noção das condições de trabalho em muitas escolas desse país, onde as condições higiênicas e sanitárias deixam a desejar..
A questão é que estamos vivendo uma pandemia que já culminou com mais de 135 mil mortos ( dados subavaliados ), em que não só os profissionais da educação, sobretudo, os que tem comorbidades, que estão vulneráveis ao contágio da doença, assim como os familiares das crianças, adolescentes e os próprios estudantes.
A grande maioria dos professores e responsáveis dos alunos sabem dos riscos que irão correr, levando os seus filhos para as escolas.
Ao contrário do que o Sr. disse, estamos trabalhando e lhe garanto, bem mais do que se estivéssemos em sala de aula.
O Sr. tem noção do tempo que se gasta para preparar uma aula no powerpoint, pesquisando imagens, gráficos, mapas etc., além de sintetizar assuntos em cada slide, corrigir exercícios, trabalhos e provas?
Os professores estão pesquisando e utilizando novas ferramentas de trabalho, reinventando novas metodologias de trabalho, buscando da melhor forma possível levar o conhecimento aos alunos através de aulas não presenciais.
Sr. Presidente, estamos trabalhando e muito, mas um negacionista como Vossa Excelência não tem capacidade de entender e muito menos de mensurar o montante de trabalho que temos nesse momento.
Muitos dos professores moram em áreas onde o sinal da internet é fraco e o mesmo cai toda hora e nem por isso deixam de cumprir com suas obrigações.
Um governante que desdenha os professores, que aliás deveriam ser os profissionais mais valorizados nesse país, assim como em qualquer outro país do mundo, é digno de pena, ou melhor dizendo, de desprezo.
Nenhum profissional trabalha tanto como um professor para sobreviver com um salário que não condiz com a sua importância para o desenvolvimento do país e muito menos para suprir suas necessidades básicas.
Quando falar do professor, pense e muito, para não proferir inverdades, respeite a nossa categoria e todos os demais profissionais da educação.
Educar é uma arte, ensinar é uma competência que está muito além do seu alcance e o respeito se adquire com uma boa educação familiar, virtudes incompreensíveis para pessoas como o Sr., que está longe de ser o estadista que o Brasil precisa.
EUGENIO BASTOS
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