Retomada das aulas no RS
Retomada das aulas no Rio Grande do Sul ainda segue sem previsão
Atividades estão suspensas em diversas escolas, principalmente em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Pelo menos até esta sexta-feira (10), instituições de ensino não devem reabrir
09/05/2024
Diversas escolas ainda estão sem previsão de retomada das aulas no Rio Grande do Sul, com os estragos causados pelas enchentes, principalmente em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Pelo menos até esta sexta-feira (10), as atividades não serão retomadas. As redes de ensino ainda estão avaliando como será a próxima semana.
Conforme a Secretaria da Educação (Seduc), seguem suspensas por tempo indeterminado as aulas nas escolas da rede estadual em Porto Alegre, São Leopoldo, Canoas, Guaíba, Estrela, Cachoeira do Sul e Gravataí. Até esta sexta, não haverá aulas nas escolas estaduais de Pelotas e Rio Grande.
A expectativa é retomar as atividades na próxima semana, mas ainda não há definição de data. No total, 790 escolas da rede foram afetadas, sendo que algumas delas servem de abrigo ou têm problemas de acesso ou de transporte.
Nas demais coordenadorias regionais, os estudantes já voltaram às salas de aula na terça-feira (7) – em Uruguaiana, Osório, Erechim, Palmeira das Missões, Três Passos, São Luiz Gonzaga, São Borja, Ijuí, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Santa Maria, Cruz Alta, Bagé, Santo Ângelo, Bento Gonçalves, Santa Rosa, Santana do Livramento, Vacaria, Soledade e Carazinho.
Porto Alegre
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação da Capital, a expectativa é retomar as atividades nas escolas da rede na próxima semana, mas o cenário ainda está sendo avaliado. Não haverá aula nesta sexta-feira. Ainda durante a semana devem ser divulgadas novas definições referentes às aulas para a semana que vem. A pasta informa que praticamente todas as 99 unidades próprias e as 219 escolas conveniadas foram atingidas em menor ou maior grau pelos alagamentos.
As instituições de Ensino Fundamental Aramy Silva, Elyseu Paglioli, Jean Piaget e Grande Oriente do Rio Grande do Sul estão atuando como abrigos emergenciais, segundo o secretário José Paulo da Rosa.
— Outras dezenas de unidades escolares atuam no apoio às suas comunidades — afirma.
Rede particular
Quando à rede particular, as escolas aguardam orientações do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe) e do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro) em relação à retomada das aulas. Algumas escolas estão funcionando como abrigos, como o Colégio Santa Doroteia, na Capital, que está com 350 pessoas abrigadas.
Outras instituições de Porto Alegre enfrentam problemas devido à falta de água ou danos por conta da enchente. No Colégio Santa Inês, a expectativa é retomar as aulas na segunda-feira (13), mas a escola aguarda o restabelecimento do abastecimento de água.
No Colégio Anchieta, as atividades estão suspensas até esta sexta (10), pelo menos, por conta do comprometimento da capacidade operacional e das equipes da instituição. Um novo comunicado deve ser emitido com orientações sobre a próxima semana. No Colégio ACM, no Centro, as atividades estão suspensas por tempo indeterminado, a unidade ficou alagada.
Nos colégios La Salle, não há previsão de retorno das aulas nas unidades de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Algumas das escolas estão abrigando pessoas ou servindo de ponto de coleta de doações. A rede está avaliando a situação de cada unidade, uma vez que vários colaboradores tiveram perdas significativas por conta das enchentes.
FONTE:
Reabertura de escolas deve ser prioridade em meio ao caos
Aulas foram retomadas, com restrições, em 23 coordenadorias regionais de educação
07/05/2024 ROSANE DE OLIVEIRA
Além das instituições que sofreram inundação, outras, como a Escola Municipal Eva Karnal,
de Esteio, servem de abrigo. Kathlyn Moreira / Agencia RBS
A pandemia nos ensinou que foi um erro irreparável deixar as escolas fechadas por tanto tempo. O que as crianças perderam nunca será recuperado. Por isso, na enchente deste ano é preciso garantir a reabertura das escolas tão logo seja seguro e possível. Em nome da solidariedade aos que estão impedidos de retornar à sala de aula, não se pode sacrificar aqueles que vivem em áreas que estão normalizadas ou recuperando as condições mínimas para a retomada, mesmo que seja no salão da igreja, no clube ou no CTG.
Dados da Secretaria da Educação mostram que 790 escolas foram de alguma forma afetadas: sofreram danos, estão servindo de abrigo ou têm problemas de acesso ou de transporte. Mais especificamente, foram 388 prédios danificados, alguns dos quais tinham sido reformados recentemente, e 52 estão servindo de alojamento para os desabrigados.
Pode uma escola que está abrigando adultos e crianças eu seu ginásio de esportes, por exemplo, retomar as aulas? Pode e deve, de preferência acolhendo em caráter temporário as crianças que estão no abrigo. Claro que isso não se aplica a prédios que ainda estão sem luz e sem água, mas escola fechada deve ser a exceção, não a regra.
Nesta terça-feira (7), as aulas foram retomadas nas coordenadorias regionais de educação de Uruguaiana, Osório, Erechim, Rio Grande, Palmeira das Missões, Três Passos, São Luiz Gonzaga, São Borja, Ijuí, Caxias do Sul, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Santa Maria, Cruz Alta, Bagé, Santo Angelo, Bento Gonçalves (16ª), Santa Rosa, Santana do Livramento, Vacaria, Soledade e Carazinho.
A totalidade das crianças e adolescentes estão conseguindo chegar à escola nessas regiões? Provavelmente, não. Porque estradas sumiram, pontes e pontilhões caíram, caminhos estão inacessíveis. Mesmo assim, é melhor retomar as aulas com os que podem e recuperar nas próximas semanas com os que ficaram para trás, do que deixar todos à espera das condições ideais.
— A escola é lugar de acolhimento. Tem de ser a primeira a reabrir depois de uma tragédia, até para ajudar as crianças a se recuperarem do trauma — diz o governador Eduardo Leite, seguindo a lição da secretária de Educação, Raquel Teixeira.
As escolas estaduais têm de seguir na mesma toada dos municípios, porque o transporte é compartilhado. Não pode o Estado querer um calendário escolar único com diferenças tão gritantes entre uma região e outra. No momento, não há como se pensar em volta às aulas nas cidades que estão alagadas, sem água ou sem luz. É o caso das coordenadorias de Porto Alegre, São Leopoldo, Estrela, Guaíba, Cachoeira do Sul, Canoas e Gravataí. Nessas coordenadorias 55% das escolas sofreram danos diretos de estrutura e acesso.
FONTE: