Sacrifício de algumas disciplinas no Paraná
Para salvar “Pensamento Computacional”, Seed sacrifica aulas de Ciências, Geografia, História e Matemática
Se é verdade que o cobertor da carga horária é curto, usar o pouco disponível para manter uma disciplina questionável é uma escolha ideológica.
Vale lembrar que “o puxadinho” da Arte na sexta aula foi a solução encontrada pelo governo no último ano após forte reação da categoria à tentativa de eliminar a disciplina do currículo.
Mas o verdadeiro culpado pelo novo prejuízo a estudantes e educadores(as) tem outro nome e é facilmente identificável na matriz: Pensamento Computacional.
Se é verdade que o cobertor da carga horária é curto, usar o pouco disponível para manter uma disciplina questionável, de fundamentação rasa e sem professores(as) efetivamente formados na área é uma escolha. Uma escolha ideológica.
Implantado na esteira dos debates sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Novo Ensino Médio, o Pensamento Computacional atende ao projeto de transformar a escola pública em uma fábrica de mão de obra precarizada para o mercado de trabalho.
A intenção, neste caso, é preencher posições na área de tecnologia da informação com profissionais de nível médio, rebaixando os salários do setor, há muito considerados inflados por empresários e fundações responsáveis pelas recentes reformas curriculares.
A insistência na disciplina também prejudica a organização escolar, já que a rede não dispõe de computadores em quantidade e de qualidade adequadas para dar conta de toda a demanda gerada pela intensa plataformização do processo de ensino-aprendizagem, que afeta todas as disciplinas.
A reversão deste retrocesso, mais um ataque às humanidades, ao conhecimento científico e à formação básica mais elementar, dependerá de ampla mobilização e envolvimento da categoria. Será preciso extirpar da escola pública os interesses empresariais e resgatar uma formação voltada ao interesse público, emancipadora de cidadãos conscientes, críticos e plenamente capacitados para o ensino superior e uma vida profissional digna.
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