Salários mínimos, sobrecargas máximas

Salários mínimos, sobrecargas máximas

 

Salários mínimos, sobrecargas máximas: em ato estadual, CPERS intensifica a luta por valorização para funcionárias da educação


“Estou cozinhando para mais de 500 crianças sozinha, não tem ninguém para me ajudar. Estou sobrecarregada porque eu não consigo fazer tudo e eu já não sei mais para onde correr, estou quase desistindo”.

Esse foi o relato da Marta Berenice dos Santos Lemos, funcionária de uma escola de Guaíba, que participou do Ato Estadual do CPERS, realizado na manhã desta quinta-feira (4), em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre. A fala emocionada e necessária da merendeira, foi uma, entre tantas ouvidas durante a atividade que expôs à sociedade a real situação das funcionárias(os) de escola e das aposentadas(os) da educação do Rio Grande do Sul.

 

 

 

O dia também foi de paralisação nas instituições estaduais de ensino, com diversas escolas totalmente fechadas em protesto ao descaso do governo Eduardo Leite (PSDB), que deixou cerca de 60 mil trabalhadoras(as) da educação de fora do último reajuste. Estas(es) educadoras(as), que já amargam os menores salários entre os servidores(as) do RS, ainda sofrem com a sobrecarga, o assédio e o adoecimento, consequência do descaso da atual gestão. 

A diretora do Departamento de Funcionárias(os) da Educação do CPERS, Sonia Solange Viana, abriu o ato destacando o difícil cenário enfrentado por essa parcela tão importante da categoria. 

“Esse ato faz parte de uma grande jornada de lutas que o CPERS está fazendo em defesa das carreiras e do reajuste salarial para funcionários da educação. Estamos há quase 10 anos só com 6% de reajuste, que foi dado lá em 2021. De lá para cá, não recebemos nada! A situação dos funcionários está insustentável e o empobrecimento da categoria é enorme. As pessoas estão endividadas no Banrisul, precisando fazer empréstimo em cima de empréstimo, e os funcionários contratados estão ainda em pior situação”, relatou Sônia.

 

 

Duranta a ação, funcionários e funcionárias de escola, da ativa e aposentadas(os), de diversas regiões do estado, relataram as dificuldades enfrentadas no dia a dia das escolas e em suas vidas. Com um vergonhoso salário básico de R$ 657,97, as educadoras(es) reforçaram que sem funcionárias(os), as escolas param! 

“Estamos aqui hoje para exigir do governo Eduardo Leite valorização e respeito para os funcionários de escola. São quase 10 anos sem reajuste real e o governo não sinaliza com nenhuma proposta. Os nossos colegas estão sobrecarregados, doentes e sem condições de sobreviver com o salário que estão recebendo. Então, esse ato de hoje é para mostrar para o governo que nós não somos invisíveis, nós somos educadores e merecemos respeito e valorização. Não dá para admitir que hoje um funcionário de escola, tem um básico de R$ 657,97. Isso é uma miséria”, expôs Juçara Borges, diretora do Departamento de Funcionárias(os) e do de Aposentadas(os) do Sindicato. 

A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, reforçou a importância da união da categoria neste momento de intensificação da luta por valorização salarial para todos e todas. Com a exclusão de uma parcela significativa das(os) educadoras(es) de um reajuste justo, se faz cada mais necessário manter firme a mobilização unificada. 

“Hoje estamos aqui, em frente ao Palácio Piratini, neste ato que será protagonizado pelos nossos funcionários de escola. E aí a importância da unidade da nossa categoria, os professores, da ativa e aposentados, estão juntos nessa luta porque sabemos que nenhuma escola funciona sem o trabalho dos nossos funcionários. Nós fazemos funções diferentes, mas somos todos servidores, somos todos trabalhadores em educação”, manifestou a presidente. 

Helenir ainda reafirmou as lutas da categoria no próximo período: “Nossa pauta é justa e necessária. Lutamos para que o governo apresente um piso decente para os funcionários, mas esse piso tem que repercutir na carreira. Nós queremos que, enquanto isso não aconteça, as verbas indenizatórias não sejam mais descontadas do completivo e também reafirmamos a nossa luta por Revisão Geral dos Salários, porque daí todo mundo, inclusive os funcionários e os aposentados, receberão a merecida valorização”. 

Educação unida por dignidade e respeito

Em um dia marcado por momentos de fortes emoções, os milhares de educadores(as) que ocuparam o entorno da Praça da Matriz, em Porto Alegre, nesta quinta (4), tinham uma missão muito específica: não deixar que as mentiras da praga que devasta a educação, o governador Eduardo Leite (PSDB), se propaguem. 

Leite mente para a sociedade que valoriza, mas, na prática, os profissionais do ensino público estadual estão cada vez mais desamparados. Confira, abaixo, alguns relatos de funcionárias(os) de escola que participaram do Ato Estadual na capital! 

 

 

“Estamos aqui hoje lutando pela valorização do nosso salário dos funcionários de escola. Estamos muito desvalorizados, tanto funcionários da ativa quanto aposentados. Eu sou merendeira e eu quero respeito e valorização para os funcionários de escola, que são muito importantes para a educação”, desabafou Joana Almeri Vieira da Costa, de Osório.

 

 

A merendeira, Rosane Maria Colvero, de Pejuçara, região do 11º Núcleo do CPERS (Cruz Alta), precisa da ajuda das colegas para dar conta da sobrecarga de trabalho: “A minha escola é a única estadual da cidade com três turnos e, atualmente, estou sozinha na função. Há praticamente um ano, a outra colega foi diagnosticada com câncer e a partir daí as gurias da limpeza começaram a me ajudar. Estamos bastante cansadas e com dores e as doenças vão aparecendo em função do estresse. Os funcionários contratados que foram chamados desistiram devido ao baixo salário, já que amargamos uma defasagem de 10 anos. Então, essa é a situação que a gente está e esse é o nosso governador, que simplesmente ignora toda essa situação”. 

 

 

“Estou aqui, mais uma vez, para pedir ao governador que nos valorize, que valorize também o trabalho do funcionário de escola, que está muito desvalorizado. O nosso salário está muito baixo. Tudo o que tínhamos de vantagem foi tirado, infelizmente. Nós estamos, simplesmente, invisíveis nas escolas de tão desvalorizados que estamos hoje em dia. Eu gostaria de pedir que nossos colegas, funcionários, venham para a luta, porque eu estou em todas as lutas sempre. Faz anos que eu sou sócia do Sindicato e sempre estou à frente das mobilizações. Faz 10 anos que não temos aumento do salário e o governador nos ignora”, desabafa Sandra Maria Peres dos Santos, funcionária de escola de Santana do Livramento. 

 

 

Neste dia de mobilização da educação estadual, o CPERS reforça a sua luta e o seu compromisso com o ensino gaúcho e por valorização salarial para TODA a categoria: funcionárias(os) e professoras(es), da ativa e aposentadas(os), com e sem paridade. Continuaremos a lutar incansavelmente até que o governo Eduardo Leite (PSDB) nos escute e nos valorize na prática.

 

>> Confira o vídeo com imagens do ato desta quinta (4): 

 

>> Clique no álbum para conferir imagens do dia de mobilização

 

FONTE:

https://cpers.com.br/salarios-minimos-sobrecargas-maximas-em-ato-estadual-cpers-intensifica-a-luta-por-valorizacao-para-funcionarias-da-educacao/ 




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