Sermão do Arcebispo de Aparecida
“Pátria amada não pode ser pátria armada”, diz arcebispo de Aparecida, em missa
Em sermão da missa do Dia de Nossa Senhora, dom Orlando Brandes lamentou, ainda, as 600 mil mortes pela Covid-19: "Brasil enlutado"
Bruna Prado/Getty Images
São Paulo – Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, fez críticas ao momento atual do Brasil durante seu sermão na missa pelo Dia de Nossa Senhora Aparecida, na manhã desta terça-feira (12/10). Em discurso na Basílica de Aparecida, no interior de São Paulo, o religioso disse que o povo precisa abraçar as crianças, os pobres, os índios e autoridades “para construir um Brasil pátria amada”. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ele disse que “para ser pátria amada, não pode ser pátria armada”.
O presidente, que desembarcou em Aparecida após o discurso de Dom Orlando, usa o slogan pátria amada e defende o armamento da população. “Para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma República sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira”, afirmou dom Orlando Brandes.
No começo do sermão, o arcebispo mencionou os indígenas e os negros. “Vou pedir que cada um de nós abrace o Brasil, abrace o nosso povo, a começar pelo povo mais original, vamos abraçar nossos índios, primeiro povo desta Terra de Santa Cruz, vamos abraçar os negros, que logo vieram fazer parte desta terra, vamos abraçar os europeus que aqui chegaram”, disse dom Orlando.
O arcebispo de Aparecida também lembrou as mortes causadas pela pandemia de Covid-19: “Nestes dias, o Brasil está enlutado pelas 600 mil mortes”.
O Santuário de Nossa Senhora Aparecida recebe milhares de fiéis e peregrinos todos os anos em 12/10, dia da padroeira. A principal missa da data começou a ser realizada às 9h. Neste ano, a celebração é especial, pois marca o retorno da presença dos religiosos na catedral.
Leia o sermão do arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes
“Vou pedir que cada um de nós abrace o Brasil, abrace o nosso povo, a começar pelo povo mais original, vamos abraçar nossos índios, primeiro povo dessa Terra de Santa Cruz, vamos abraçar os negros que logo vieram fazer parte desta terra, vamos abraçar os europeus que aqui chegaram. Mas nestes abracemos o Brasil enlutado pelas 600 mil mortes. Vamos abraçar nossa crianças, porque hoje é o Dia da Criança. Vamos abraçar nossos pobres e abraçamos também nossas autoridades para que juntos construamos um Brasil pátria amada e para ser pátria amada, não pode ser pátria armada. Para ser uma pátria amada, seja uma pátria sem ódio. Para ser uma pátria amada, uma república sem mentiras, sem fake news. Pátria amada sem corrupção e pátria amada com fraternidade. Todos os irmãos construindo a grande família brasileira.”