STF adia análise ensino domiciliar
STF adia julgamento sobre possibilidade de ensino domiciliar
Nova data para análise da constitucionalidade da prática que dispensa frequência regular na escola ainda não foi marcada. Sessão desta quinta foi dedicada à conclusão de outros julgamentos.
Por Renan Ramalho, G1, Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou julgamento, inicialmente marcado para esta quinta-feira (30), que decidiria sobre a possibilidade de pais educarem os filhos em casa.
Responsável pela pauta, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, ainda não divulgou nova data para a decisão sobre a educação domiciliar, prática também conhecida internacionalmente como “homeschooling”.
Uma definição sobre a constitucionalidade da chamada “educação domiciliar”, que dispensa a frequência regular na escola, é esperada pelo menos desde 2012, quando uma ação sobre o tema chegou ao STF.
O caso não chegou a ser chamado para análise nesta quinta porque outros casos foram julgados antes e não houve tempo hábil para iniciar o julgamento. A Corte consumiu a sessão para encerrar o julgamento que liberou a terceirização de atividades-fim e decidir sobre recurso contra a condenação da deputada Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO).
Polêmica
A ação a ser julgada no STF surgiu em 2012, quando uma estudante de Canela (RS), à época com 11 anos, pediu ao juiz da cidade, com apoio dos pais, o direito de ser educada em casa.
O pedido foi negado e a decisão foi mantida pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), sob o argumento de que a frequência era necessária para socializar a criança.
A possibilidade de ensino domiciliar é polêmica e opõe pais de alunos e órgãos públicos.
Os pais da estudante de Canela e outros responsáveis querem mudar esse entendimento junto ao STF, sob o argumento de que atualmente a escola traz prejuízo às crianças.
Eles alegam má qualidade do ensino e dizem que nas escolas há, por exemplo, contato com drogas e violência.
A Constituição trata a educação como um “direito de todos e dever do Estado e da família”, a ser “promovida e incentivada com a colaboração da sociedade”. O objetivo é o “pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Caberá aos ministros decidirem se a educação fora da escola se encaixa nesses princípios.