Triênios na penosidade

Após pressão do CPERS, triênios deixam de ser descontados da penosidade
As(os) funcionárias(os) das escolas estaduais do Rio Grande do Sul tiveram reconhecido um direito que vinha sendo negado pelo governo Eduardo Leite (PSD). Segundo parecer da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), o Adicional de Penosidade deverá ser pago de forma independente, sem qualquer desconto sobre a parcela de irredutibilidade, ou seja, sem que o benefício anule ou reduza os triênios dessas(es) servidoras(es).
A decisão chega como resposta a uma reivindicação que o CPERS vinha fazendo desde março deste ano, quando o benefício começou a ser pago. Na ocasião, o valor foi compensado pela parcela de irredutibilidade, como se a penosidade não fosse um direito, mas uma mera reorganização de verba. Para muitas(os) trabalhadoras(es), já entre as categorias mais precarizadas em termos salariais no RS, o que deveria representar valorização virou um novo golpe no contracheque. A previsão é de que o pagamento da diferença seja efetuado em folha suplementar nesta quarta-feira (10), com valores retroativos a janeiro.
Trata-se de uma vitória significativa, agora, com o governo finalmente reconhecendo este direito, as(os) servidoras(es) não terão mais seus triênios descontados. Mas a celebração vem acompanhada de críticas duras: foi preciso mobilização intensa, cobrança pública, reuniões com o governo e pressão jurídica para garantir algo que deveria ter sido concedido desde o início. Muitas(os) dessas(es) trabalhadoras(es), invisibilizadas(os) por anos e essenciais para o funcionamento das escolas, recebem os menores salários do Estado e convivem com defasagem salarial histórica.
Esse episódio expõe a face real de uma gestão pública que, mais uma vez, desistiu de cumprir suas próprias promessas. A “reforma” salarial promovida pelo governo, com a transição de básico para subsídio, transformou direitos em gatilhos de penalizações: prometeu dignidade, entregou cortes. O que esta vitória demonstra é que a mobilização sindical continua sendo o único instrumento capaz de garantir respeito, transparência e o mínimo de dignidade para as(os) servidoras(es).
O CPERS ressalta que a luta não termina aqui! A correção nos contracheques deve ser imediata e o Sindicato continuará vigilante para que todas(os) as(os) funcionárias(os) de escola obtenham não só o Adicional de Penosidade, como é de direito, mas também respeito salarial, investimento estrutural nas escolas e condições decentes de trabalho. Afinal, sem elas(es), não há escola pública!
FONTE:
https://cpers.com.br/apos-pressao-do-cpers-trienios-deixam-de-ser-descontados-da-penosidade/





