Uma “nova” política educacional

Uma “nova” política educacional

Guedes: uma “nova” política educacional

 

Velez e depois Weintraub, ambos ministros fracos e sem lastro na educação, não são um acidente. Representam a “política educacional” em curso.

O MEC é o que é, hoje, porque é assim que deve ser – paulatinamente eliminado ou restrito a um mínimo, de preferência uma “agência reguladora da Educação” que aos poucos desaparece dando lugar a um pleno livre mercado educacional global (que se internacionaliza, com se constata com a recente promessa de abrir as aquisições do Estado à participação de empresas estrangeiras).

Como já dissemos, as principais ações educacionais, em termos de políticas, não virão do Ministério da Educação, mas de ministérios adjacentes (Família, no caso de Homescholling; Economia no caso da privatização).

Guedes acaba de anunciar em Davos o início massivo da privatização da educação infantil com um megaprograma de vouchers. A ideia é livrar-se da educação e tratá-la como uma atividade de mercado. E como a crença no livre mercado é uma crença, é fé, a ciência não conta, mesmo estando disponíveis os pífios resultados dos vouchers e das escolas charters.

A ideia é destruir o Estado e com isso a própria escola pública – o que nos levará também à destruição da democracia liberal e ao retrocesso, já que como alerta Brown (2019), é o Estado e suas instituições que têm procurado promover a cidadania liberal, nos limites das contradições do capitalismo.

Segundo o Jornal da Ciência:

“O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou ontem uma das apostas do governo para a educação: o uso de “vouchers”, política em que as famílias recebem dinheiro para decidir, entre opções do setor privado, onde matricular seus filhos. Porém, a experiência internacional mostra resultados controversos desse tipo de iniciativa, defendida por Guedes para reduzir as desigualdades de oportunidade na primeira infância.

“Precisamos investir na educação e, quanto mais cedo, melhor”, disse Guedes, em Davos,  após citar Japão e Coreia do Sul como exemplos de países que prosperaram a partir de grandes investimentos em educação e tecnologia. “Então, vamos apoiar um gigantesco [programa de] ‘vouchers’ para educação nos primeiros estágios”, afirmou.

Embora não tenha citado o termo “creche”, Guedes confirmou o andamento de uma ideia que é estudada desde a campanha presidencial. O programa tem sido costurado entre a Economia e a Casa Civil, reforçando um cenário de baixo protagonismo do Ministério da Educação (MEC) na definição das principais políticas educacionais.”

Leia na íntegra: Valor Econômico

Até quando os liberais vão silenciar?

 

https://avaliacaoeducacional.com/2020/01/22/guedes-uma-nova-politica-educacional/




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