Vacinas que a Anvisa certifica
"Confie nas vacinas que a Anvisa certifica", diz presidente da agência
O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, votou a favor da aprovação do uso emergencial da CoronaVac e da vacina de Oxford/AstraZeneca
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, pediu para que os brasileiros confiem nas vacinas certificadas pelo órgão regulador e se vacinem assim que os imunizantes estiverem prontos para aplicação. A declaração fez parte do voto proferido por Barra Torres neste domingo (17/1) durante a reunião, que aprovou por unanimidade o uso emergencial da CoronaVac e da vacina de Oxford/AstraZeneca.
"Essas vacinas estão certificadas pela nossa Anvisa. Elas foram analisadas por nós, brasileiros, no menor e no melhor tempo estabelecido por nossos especialistas. Confie na Anvisa e nas vacinas que Anvisa certifica. E quando elas estiverem ao seu alcance vá e se vacine", afirmou.
A Anvisa aprovou pela primeira vez na história o uso emergencial de vacinas. O fato foi celebrado pelo presidente da agência, que destacou a celeridade ao avaliar dois pedidos simultaneamente. "A Anvisa é hoje a única agencia reguladora do mundo a analisar ao mesmo tempo dois protocolos vacinais de uso emergencial e o fez em tempo recorde de nove dias. Um feito sem precedentes no dia de hoje", celebrou.
O contra-almirante da Marinha lembrou também que o novo coronavírus ainda ameaça a saúde de todos e que os cuidados precisam continuar sendo tomados. "A imunidade com a vacinação leva algum tempo para se estabelecer. Mesmo vacinado, use máscara, mantenha o distanciamento social e higienize suas mãos", lembrou.
Mais cedo, no discurso de abertura da reunião, ele ressaltou que, mesmo com a possibilidade do uso dos imunizantes, é preciso mudar o comportamento social para enfrentar a covid-19. "O inimigo é um só. A nossa chance, a nossa melhor chance nesta guerra passa, obrigatoriamente, por uma mudança de comportamento social, sem a qual, mesmo com vacinas, a vitória não será alcançada", declarou.
Ao recomendar aprovação da coronavac, corpo técnico da Anvisa desmoraliza o “tratamento precoce” de Bolsonaro e se alinha com Sociedade Brasileira de Infectologia
17/01/2021
Da Redação
Ao recomendar a aprovação do uso emergencial da coronavac, o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, apontou como uma das razões “a ausência de alternativas terapêuticas”.
A frase está em um dos slides que acompanhou a apresentação de Mendes.
A recomendação foi feita com várias ressalvas aos cinco diretores da agência, que vão decidir em votação se aprovam ou não a aplicação da vacina no Brasil.
A frase vai de encontro à propaganda enganosa patrocinada pelo presidente Jair Bolsonaro, pelo ministro general Eduardo Pazuello e por médicos bolsonaristas que defendem o “tratamento preventivo” com drogas sem comprovação científica.
No kit covid promovido pelo bolsonarismo estão a hidroxicloroquina e a cloroquina (malária), o remédio para piolhos e pulgas ivermectina, o antibiótico azitromicina e vitaminas.
O Conselho Federal de Medicina fechou os olhos para o falso tratamento que está sendo promovido pelo governo e adotado por médicos.
Recentemente, o ministro Pazuello esteve em Manaus não para tratar da falta de oxigênio que matou pacientes, mas para incentivar o uso das falsas curas.
O Brasil foi o único país do mundo em que o Ministério da Saúde fez um tweet “potencialmente prejudicial” à Saúde, promovendo o tratamento enganoso:
A Sociedade Brasileira de Infectologia divulgou nota no twitter repudiando a posição do governo:
A SBI não recomenda tratamento precoce para COVID-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro), porque os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais.
Ou seja, não existe comprovação científica de que esses medicamentos sejam eficazes contra a COVID-19.
Essa orientação da SBI está alinhada com as recomendações das seguintes sociedades médicas científicas e outros organismos sanitários nacionais e internacionais, como:
Sociedade de Infectologia dos EUA (IDSA) e da Europa (ESCMID), Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH), Centros Norte-Americanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Agência Nacional de Vigilância do Ministério da Saúde do Brasil (ANVISA).