Verba bilionária para ONG de Lemann
ONG de Lemann receberá verba bilionária para aplicar projeto privatista para a educação
Artigo sobre ong de Lemann que receberá verba bilionária para avançar ataques na educação do país.
por Ana Nascimento - 25 de setembro de 2023
A MegaEdu, ONG financiada diretamente pelo tubarão da educação e ideólogo do Novo Ensino Médio Jorge Paulo Lemann, receberá R$ 6,6 bilhões para aplicar um projeto que trata diretamente das decisões administrativas e financeiras da educação pública no país e a conectividade das escolas. A responsável por inserir a MegaEdu no Ministério da Educação foi a própria secretária de Educação Básica, Katia Schweickardt, que até pouco tempo integrava o comitê de especialistas do Centro Lemann.
Ligada diretamente à Fundação Lemann e formalmente inaugurada em 4 de outubro de 2022, a MegaEdu promove “consultoria técnica” para as secretarias de educação e a promoção de internet de alta velocidade para as escolas públicas do país. Jorge Paulo Lemann, fraudador notório, como ficou escancarado com o escandaloso rombo nas contas das Americanas, avança com seu projeto de privatização da educação pública no país maquiada de “investimento social”.
Segundo apurado pelo monopólio Estadão, o MEC afirmou que os acordos com a MegaEdu seguem rigorosamente as normas e que a ONG tem “foco social”, enquanto a legislação estabelece que as entidades tenham pelo menos três anos de existência e um ano de comprovada capacidade técnica para contratos de colaboração. Em janeiro e nos meses seguintes, antes de fechar acordo com o MEC, a MegaEdu foi recebida no referido ministério para reuniões cujo teor não foi revelado.
No dia 26 de setembro, Luiz Inácio lançará o projeto “Estratégia Nacional de Escolas Conectadas”, que tem como objetivo “coordenar políticas para universalizar a conectividade nas escolas públicas da educação básica”. Além da referida instituição, que representa os interesses de Lemann na educação pública brasileira, participarão as principais operadoras de comunicação do país. Tais empresas e instituições são as principais impulsionadoras do ensino-híbrido e remoto no país, e são também quem está por trás do Novo Ensino Médio.
Além de atuar com o MEC, a MegaEdu também participará de um conselho do Ministério de Comunicação que definirá o destino de R$ 6,6 bilhões de reais do orçamento para promover a conexão entre as escolas públicas do país. Destes recursos, operacionalizados diretamente pelo BNDES, R$ 2,74 bilhões virão do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), no qual um dos integrantes, diga-se de passagem, é o CEO da MegaEdu, Cristieni de Castilhos; R$ 3,1 bilhões virão do Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape), previsto pelo Leilão do 5G e R$ 800 milhões remanescentes de uma lei aprovada pelo Congresso que destina recursos para os Estados. Em julho deste ano, o governo de Luiz Inácio anunciou o “Corte Orçamentário” de mais de R$ 332 milhões de reais do Ministério da Educação. O valor liberado para o Fundeb, que mal chegou a R$ 3 milhões, tinha um valor previsto de R$ 343,8 milhões.
A atuação descarada de instituições de figuras do tipo Jorge Paulo Lemann no MEC é um flagrante ataque à educação pública brasileira que atinge milhares de brasileiros, sobretudo das classes populares e empobrecidas que dependem exclusivamente do ensino público. Representa o impulso mais abjeto ao programa das classes dominantes e do imperialismo ianque à educação no país, que veem a educação, do currículo a infraestrutura mínima, como mercadoria.