Vídeos sobre direitos sociais
Estudantes usam a Constituição para produzir vídeos sobre direitos sociais
Para praticar redação e desenvolver habilidades de educação midiática, educadoras desenvolvem atividade de produção audiovisual durante as aulas remotas
por Bárbara Arraes / Patrícia Oliveira 16 de fevereiro de 2021
No ano passado, durante o período de aulas remotas, tivemos o desafio de pensar em estratégias para engajar os estudantes em casa. Para praticar a redação e ainda fazer uma leitura crítica sobre o que é direito em diferentes esferas sociais, desenvolvemos uma atividade de produção audiovisual com uma turma do terceiro ano da Escola Técnica Estadual Cícero Dias – NAVE Recife, localizada em Pernambuco.
Como na redação os estudantes precisam de muito embasamento para construir seus textos e defender seus argumentos, fizemos uma pesquisa histórica para entender mais sobre o direito do idoso, direito da pessoa com deficiência, direito à moradia, entre outros. Durante a atividade, eles tiveram que buscar referências na Constituição para refletir e questionar se os direitos de todos esses sujeitos eram respeitados.
Depois de buscar mais referências sobre o assunto, a partir de uma parceria entre a disciplina de língua portuguesa e o Mídia_LAB, que é o laboratório criativo de experimentações em cultura digital e educação midiática do NAVE, com parceria técnica da Baluarte Cultura com o Oi Futuro, decidimos trabalhar com os jovens a criação e a análise de mídias.
A partir do template de planejamento de aulas e atividades desenvolvido pelo EducaMídia, fizemos um mapeamento de como as habilidades de educação midiática também poderiam estar inseridas no contexto da unidade curricular de redação. Sempre temos a preocupação de integrar de fato as mídias e as linguagens com o conteúdo trabalhado em sala de aula (de forma remota ou presencial).
Também procuramos mostrar os processos de criação que estavam envolvidos por trás da atividade. Explicamos a construção de roteiros para narrativas audiovisuais e mostramos algumas referências de como fazer gravações com o celular, captar o áudio e editar.
Com essas orientações, os estudantes se organizaram em grupos para produzir vídeos sobre os direitos de diferentes grupos sociais. Nesse processo, apesar de estarem fisicamente distantes, eles conseguiram trabalhar em equipe pelo WhatsApp e usaram o aplicativo InShot (disponível para Android, iOS) para fazer a edição dos vídeos.
Com os vídeos prontos, todos os grupos compartilham suas produções no Google Classroom. Nesse momento, desenvolvemos uma proposta de avaliação cruzada. Os estudantes tinham que fazer uma análise do seu trabalho e o dos colegas nos seguintes aspectos: Quem criou essa mensagem? Por que ela foi criada? Para quem ela foi criada? Quais técnicas criativas foram usadas para atrair a atenção do público? Como as pessoas se sentem após assistir ao vídeo?
Por fim, após todo esse processo de produção audiovisual e análise crítica das mídias criadas pelos colegas, os estudantes tiveram que escrever suas redações argumentativas sobre o tema. A ideia era que eles tivessem referências e bases suficientes para não ficarem no achismo.
Quando os estudantes desenvolvem essas atividades, percebemos que eles se colocam como protagonistas. Eles sentem que fazem parte da sociedade, exercendo criticidade, criatividade e poder de análise sobre a produção de conteúdo.
Bárbara Arraes
Produtora Cultural e Coordenadora de Educação da Baluarte Cultura, parceira técnica do Oi Futuro para a gestão do NAVE Mídia_LAB. Tem investido em capacitações em Educação Midiática (Facilitadores EducaMídia e Educação Midiática e BNCC, da Fundação Vanzolini e Instituto Palavra Aberta), Ensino Personalizado (Personaliza Mais - Amplifica e Fundação Lemann), Metodologias Ativas (Educaethos), Ensino Híbrido (Fundação Lemann & Instituto Península; Instituto Singularidades) e Criatividade (Casa Firjan).
Patrícia Oliveira
Professora de Língua Portuguesa interessada no desenvolvimento das competências de leitura/ escrita e do uso de tecnologias midiáticas. Experimentar todos os gêneros textuais verbais e não-verbais no processo de aprendizagem é algo que me fascina e motiva, por adorar minha língua nativa, e por meio das trocas com os estudantes, procuro verificar toda a criatividade em suas produções que enriquecem mais ainda nosso conhecimento.