Vitória no 1º turno interrompe violência
Vitória no 1º turno interrompe escalada da violência política.
Por Luis Felipe Miguel
Publicado por Caroline Stefani - Atualizado em 16 de setembro de 2022
Ex-presidente e candidato Lula (PT). Foto: Reprodução
Publicado originalmente no Facebook de Luis Felipe Miguel
Lula tem chance de ganhar no primeiro turno?
As pesquisas mostram cenário indefinido.
O DataFolha dá 48% dos votos válidos para Lula. O IPEC (antigo Ibope) dá 51%. As duas principais empresas da área, portanto, colocam o segundo turno na faixa do “empate técnico”.
Resultados diferentes existem para todos os gostos. Notórios caça-níqueis fabricam resultados com Bolsonaro bem à frente. Empresas com menos experiência, como PoderData ou Quaest, dão Lula com dianteira menor.
DataFolha e IPEC, porém, continuam sendo, na média, os mais confiáveis.
É preciso levar em conta, porém, que as sondagens de opinião (ou, ainda mais, de intenção de voto) não vivem um bom momento.
Mudanças nos fluxos de comunicação, com as novas mídias, tornaram menos confiável a construção de amostras estratificadas baseadas nas clivagens sociais tradicionais.
As redes de fake news, usando instrumentos de comunicação instantânea, permitem viradas de última hora.
Em suma, surpresas nunca estão descartadas.
Por outro lado, o voto da maior parte dos eleitores já parece cristalizado.
Fatos que teriam potencial para mexer na votação – Auxílio Brasil, comícios do 7 de setembro, escândalo dos 51 imóveis – mostraram impacto quase nulo.
O fanatismo cego da base bolsonarista, de um lado, e a consciência da necessidade de retirá-lo do poder, do outro, definem a grande maioria dos votos.
Quase não há indecisos. As pesquisas mostram pouca evolução de uma semana a outra. Mesmo os candidatos nanicos (Ciro, Tebet) se movem só na margem de erro.
Nisso, Lula decidiu jogar parado.
A campanha petista é morna e despolitizada. Evita confrontos e tem como principais objetivos reduzir resistências em alguns bolsões do eleitorado (evangélicos) e reforçar apoio de outros (mulheres).
É difícil imaginar que isso possa mudar agora na reta final.
Uma vitória no primeiro turno depende da mobilização da militância em favor do voto útil.
Vencer já em 2 de outubro dá força ao futuro governo Lula, interrompe a escalada da violência política e desidrata o golpismo de Bolsonaro.